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Embaixador da UE espera retoma de atividades dentro "de meses"

O embaixador da União Europeia (UE) em Moçambique acredita dentro "de meses" haverá segurança em Cabo Delgado para que comece o regresso dos grandes investimentos associados ao gás natural, referiu, em entrevista à Lusa.

Embaixador da UE espera retoma de atividades dentro "de meses"
Notícias ao Minuto

09:17 - 17/05/22 por Lusa

Mundo Moçambique

Questionado sobre se Moçambique arrisca perder a oportunidade de rentabilizar as reservas de gás da bacia do Rovuma, se levar anos até resolver a insurgência armada na região, 

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diz que prefere falar "em meses em vez de anos", até que se inicie a "normalização" da vida em Cabo Delgado.

Cabo Delgado "está muito mais seguro, sem dúvida," disse, desde que as tropas do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) começaram a apoiar as forças moçambicanas em 2021.

A UE segue a situação e mantém contactos, em coordenação com a SAMIM (missão militar da SADC) e os militares do Ruanda, que apontam agora para "ataques mais esporádicos" por parte dos rebeldes que atormentam a região à quatro anos e meio.

"Não quer dizer que a situação esteja completamente controlada. Não podemos baixar a guarda, mas já melhorou bastante e o trabalho que está a ser feito por essas forças, com Moçambique, já está a dar resultados".

Seja como for, "há muito trabalho a longo prazo" porque "pode haver mistura de insurgentes com a população, as fronteiras [com a Tanzânia] continuam porosas", entre "muitas outras razões".

"Mas estou otimista", realça António Gaspar.

O regresso da petrolífera Totalenergies, líder do consórcio investidor no gás, não está em dúvida, disse, "é uma questão de [se saber] quando. Eu pessoalmente não tenho nenhuma dúvida" sobre o retorno dos projetos à península de Afungi, suspensos há um ano após um ataque à vila de Palma.

"São esses investidores e sobretudo a Total que tem de decidir, com todas as garantias. É verdade que, da última vez, os ataques perto de Afungi foram um choque" e as empresas "tiveram de suspender" a operação, disse António Gaspar.

"Agora, querem regressar com todas as garantias", acrescenta. "Acho que o gás de Moçambique, no contexto atual, com a necessidade estratégica da UE para reduzir drasticamente e terminar com a dependência dos hidrocarbonetos da Rússia" ganha uma nova oportunidade.

Ao mesmo tempo que antevê para dentro de meses a vida a começar a regressar ao normal, António Gaspar acredita que tal acontecerá com segurança em todo o território.

O embaixador da UE acha que "não haverá risco de dupla segurança", mais apertada na zona dos projetos de gás (distrito de Palma e Mocímboa da Praia) e menos exigente no resto da província.

"Cabo Delgado é grande, mas não é o Sahel, não é aquele espaço de milhões de quilómetros onde não há administração do Estado. Em Moçambique, a administração do Estado chega a todos os lugares do país", conclui.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a SADC permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

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