Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
19º
MIN 13º MÁX 24º

Forças de segurança sudanesas acusadas de maltratar manifestantes detidos

A organização Human Rights Watch (HRW) acusou hoje as forças de segurança sudanesas de "maltratar" manifestantes com detenções, despindo as crianças detidas e ameaçando as mulheres com violência sexual, como "repressão" contra a oposição ao golpe militar de outubro.

Forças de segurança sudanesas acusadas de maltratar manifestantes detidos
Notícias ao Minuto

12:56 - 28/04/22 por Lusa

Mundo Human Rights Watch

"Durante meses, as forças de segurança abusaram e detiveram ilegalmente centenas de pessoas, incluindo crianças, que expressam a sua oposição ao regime militar", disse o investigador sudanês da HRW, Mohamed Osman, numa declaração.

A organização não-governamental (ONG) afirmou que as forças de segurança "espancaram e trataram mal os manifestantes detidos, incluindo desnudar crianças detidas e ameaçar as mulheres com violência sexual".

As alegações da HRW baseiam-se em entrevistas com 25 pessoas (oito homens e 17 mulheres) entre fevereiro e abril de 2022, incluindo oito ex-detidos e familiares de 13 detidos de Cartum, Madani (centro), Port Sudan (leste) e Al Fashir em Darfur (oeste).

"O ataque implacável e brutal aos manifestantes é uma tentativa de incutir medo e tem escapado largamente ao escrutínio internacional", disse Osman.

No início de março, o Gabinete Conjunto das Nações Unidas para os Direitos Humanos no Sudão informou que mais de 1.000 pessoas foram presas entre 25 de outubro e 03 de março, incluindo 148 crianças.

"As forças de segurança também maltrataram crianças, incluindo alegadamente despindo-as nuas e rapando-lhes parcialmente a cabeça. As famílias entrevistadas disseram que tinham sido intimidadas a apresentar possíveis queixas contra as forças de segurança", disse a ONG.

A mãe de um rapaz de 16 anos em Madani disse ter encontrado o seu filho numa esquadra da polícia depois de ele ter assistido a um protesto, em 13 de dezembro: "Vi o meu filho a sangrar e ser brutalmente espancado. Estava sem camisa. Quando pedi que o meu filho fosse examinado clinicamente, a polícia disse-me: 'Vamos libertar o seu filho sem acusação, mas não nos vai processar'", de acordo com o testemunho recolhido pela HRW.

Em 25 de outubro, o chefe militar do Sudão, o tenente-general Abdel-fattah al-Burhan, liderou um golpe militar contra o Governo de transição do Sudão e declarou o estado de emergência.

A 26 de dezembro, emitiu uma ordem de emergência concedendo imunidade às forças de segurança e devolveu poderes de prisão ao Serviço Geral de Informações, que tem um historial de abusos graves, disse a HRW.

Desde que Al-Burhan restabeleceu os poderes de detenção da agência, as detenções arbitrárias de manifestantes dispararam, e as autoridades estão a abusar dos seus poderes de emergência para efetuar detenções ilegais, incluindo detenções incomunicáveis, disse a ONG.

"As autoridades sudanesas devem libertar todos os detidos ilegalmente, incluindo os que desapareceram à força, enquanto os parceiros internacionais do Sudão devem impor sanções individuais específicas aos responsáveis pela repressão", concluiu a HRW.

Leia Também: Líbia. Minas provocaram 130 mortos desde o fim dos combates em Tripoli

Recomendados para si

;
Campo obrigatório