O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky apelou esta quarta-feira à realização de uma cimeira a três com Donald Trump e Vladimir Putin, numa tentativa de forçar Moscovo a pôr termo à invasão de três anos. A notícia é avançada pela AFP.
"Se Putin não se sentir confortável com uma reunião bilateral, ou se toda a gente quiser que seja uma reunião trilateral, não me importo. Estou pronto para qualquer formato", disse Zelensky em declarações aos jornalistas que só foram conhecidas hoje. O mesmo sugeriu dois locais para este encontro e que poderiam ser na Suíça ou no Vaticano.
Recorde-se que duas comitivas, uma ucraniana e outra russa, encontraram-se no início do mês, na Turquia. Zelensky desafiou Putin para o encontro cara a cara, mas Putin recusou o convite afirmando que isso só aconteceria quando os dois países chegassem a algum tipo de entendimento sobre o futuro do conflito.
Na senda dessa situação, o presidente dos EUA lamentou que o encontro não tenha acontecido.
Posto isto, o presidente ucraniano voltou a insistir, desta vez num encontro a três, desafiando Washington a atribuir um pacote de sanções à Rússia.
"Trump disse que se a Rússia não parasse, ia impor sanções", lembrou.
Recorde-se que Volodymyr Zelensky pediu no domingo que se faça pressão sobre a Rússia, para a obrigar a cessar os ataques. O líder afirmou que "o silêncio dos Estados Unidos e de outros países apenas encoraja Putin".
Desde meados de fevereiro, Washington tem feito repetidos apelos a um cessar-fogo e tem abordado Moscovo para esse fim, sem resultados concretos até à data.
Trump falou há uma semana com o homólogo russo durante uma conversa telefónica de quase duas horas. Na altura, mostrou-se otimista e excluiu qualquer pressão adicional sobre Moscovo.
Os governos russo e ucraniano mantiveram os seus primeiros contactos diretos em mais de três anos na Turquia, em 16 de maio, o que resultou no único compromisso tangível: a troca de 1.000 prisioneiros de cada lado.
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