"Os três ataques causaram mais danos do que as perdas provocadas pela coligação internacional em oito anos", disse o diretor do aeroporto de Sana, Khaled al-Shaief, numa conferência de imprensa realizada um dia depois de Israel ter bombardeado as instalações e destruído um avião da companhia aérea nacional Yemen Airways.
O responsável denunciou que o ataque provocou «a destruição total» da aeronave, a única da companhia aérea, uma vez que os bombardeamentos israelitas destruíram outras três nas últimas semanas.
Al-Shaief lembrou que essas ações só causam "sofrimento ao povo iemenita" e que o avião destruído estava a ser preparado para levar peregrinos à cidade saudita de Jidá por ocasião do início, na próxima semana, do "haje", a maior peregrinação anual dos fiéis muçulmanos a Meca.
Segundo o diretor do aeroporto controlado pelos Huthis, cerca de 1.200 peregrinos viajaram recentemente para a Arábia Saudita e outros 800 estavam previstos para fazer o mesmo, ao mesmo tempo que denunciou que "havia pacientes e o avião era a única forma de transportar os doentes".
"O ataque contra um avião civil é considerado um crime de guerra", insistiu.
O exército israelita indicou na quarta-feira em comunicado que as aeronaves que destruiu no mesmo dia "eram utilizadas pela organização terrorista dos Huthis para o transporte de terroristas que perpetravam ataques contra o Estado de Israel".
Desde que Israel rompeu unilateralmente o cessar-fogo na Faixa de Gaza no final de março, os rebeldes huthis também retomaram os ataques contra território israelita, com o lançamento praticamente diário de um míssil balístico.
Nas últimas semanas, os rebeldes reivindicaram vários ataques contra o aeroporto internacional de Telavive, em Israel, e numa dessas ocasiões conseguiram atingir as instalações, a primeira vez que tal aconteceu desde o início da ofensiva israelita em Gaza, em outubro de 2023.
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