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Paquistão. Grupo separatista ameaça atentados contra interesses da China

O movimento separatista Baloch, no Paquistão, ameaçou hoje novos ataques contra os interesses da China no país, após reivindicar autoria de um ataque na cidade de Karachi, no qual morreram três cidadãos chineses.

Paquistão. Grupo separatista ameaça atentados contra interesses da China
Notícias ao Minuto

20:36 - 27/04/22 por Lusa

Mundo Paquistão

Os três professores chineses e o seu motorista paquistanês foram mortos na terça-feira por uma mulher que detonou um colete de explosivos em frente ao seu veículo na entrada do Instituto Cultural Chinês Confúcio, no campus da Universidade de Karachi.

O Exército de Libertação do Balochistão (BLA, na sigla em inglês), um dos grupos que exige a independência desta província pobre e escassamente povoada no sudoeste do Paquistão, que faz fronteira com o Afeganistão e o Irão, reivindicou a responsabilidade pelo ataque.

Centenas de combatentes, homens e mulheres, "estão prontos a realizar ataques mortais em todo o Balochistão e Paquistão", prometeu hoje Jeeyand Baloch, porta-voz do BLA, numa declaração em língua inglesa.

Ao mesmo tempo, avisou Pequim contra o risco de ataques "ainda mais duros", caso a China não coloque um ponto final nos seus projetos mineiros no Balochistão e na "ocupação do Estado paquistanês".

O Balochistão tem sido assolado há décadas por uma rebelião separatista. Estes grupos denunciam o aproveitamento dos recursos naturais desta província rica em hidrocarbonetos e minerais por parte de Islamabad e Pequim.

Um oficial de segurança da Universidade de Karachi disse à agência France-Presse (AFP), sob condição de anonimato, que o seu departamento tinha recentemente manifestado preocupação com a segurança de 15 funcionários universitários chineses.

"Em fevereiro, surgiram relatos de que poderia acontecer um ataque no campus", disse o funcionário.

A bombista foi descrita pelo BLA como uma mulher de 30 anos chamada Shaari Baloch, casada e com dois filhos pequenos, que era professora de ciências e estaria a trabalhar num mestrado, uma informação que a polícia confirmou.

Esta é a primeira missão suicida conduzida por uma mulher em nome do BLA, visto que a utilização de 'mulheres-bomba' é uma nova tática adotada pelo grupo.

As mulheres bombistas suicidas continuam a ser uma raridade no Paquistão, sendo que apenas os talibãs paquistaneses (Teh-reek-e-Taliban Pakistan), utilizaram a tática no passado.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês instou hoje o Paquistão a garantir a segurança dos seus cidadãos e interesses, pedindo aos chineses no país para que "tomem precauções rigorosas".

As tensões no Balochistão giram em torno do enorme Corredor Económico China-Paquistão (CPEC), no qual a China deve gastar mais de 42.000 milhões de euros, tendo como porta-estandarte o porto de águas profundas de Gwadar.

Leia Também: Ataque suicida de movimento separatista no Paquistão faz quatro mortes

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