O condenado de patente mais elevada é o ex-chefe do Estado-Maior, Hashim Abdelmuteleb, contra quem "foi emitida uma sentença de nove anos de prisão em primeira instância", e além de ter sido exautorado foi expulso do Exército, disse à imprensa o advogado de defesa de um dos acusados, Hashim abu Bakrdijo.
Os demais condenados, entre generais, generais de divisão e tenentes-coronéis, um dois quais já morreu, receberam penas de três a cinco anos de prisão, e foram igualmente exautorados e expulsos das Forças Armadas, enquanto outros três arguidos foram absolvidos, acrescentou o advogado.
Abu Bakrdijo acrescentou que a sentença tem ainda de ser aprovada pelo comandante-geral do Exército, Abdel-Fattah al-Burhan, para ser executada e, depois disso, os arguidos podem recorrer das sentenças.
Em 24 de julho de 2019, o Exército sudanês anunciou a detenção de vários oficiais superiores sob a acusação de terem planeado um golpe contra a Junta Militar que governava o país desde o derrube do ditador Omar al-Bashir em abril desse ano.
Pouco depois, os militares chegaram a acordo com os partidos políticos e organizações civis que conduziram à queda de Al-Bashir com vários meses de protestos de rua, para liderar conjuntamente um processo de transição para eleições democráticas.
O processo de transição foi interrompido em outubro passado, quando as Forças Armadas, lideradas por Al-Burhan, deram por sua vez um golpe e assumiram o poder, sem a presença de civis.
Atualmente, Al-Bashir e outras 17 figuras do seu regime também enfrentam um julgamento civil desde julho de 2020 pelo golpe de Estado que perpetraram em 1989, quando tomaram o poder, que ocuparam cerca de 30 anos.
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