Meteorologia

  • 01 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 10º MÁX 16º

Cruz Vermelha lembra que vítimas da guerra no Iémen têm de ser ajudadas

O mundo tem de ajudar as vítimas da guerra do Iémen, avisou hoje uma responsável da Cruz Vermelha, referindo que, embora a Ucrânia concentre atualmente todas as atenções, aquele país do Médio Oriente também precisa de atenção.

Cruz Vermelha lembra que vítimas da guerra no Iémen têm de ser ajudadas
Notícias ao Minuto

15:34 - 11/03/22 por Lusa

Mundo Iémen

"Acho que o nosso dever é responder da mesma forma aos vários necessitados e fazer o nosso melhor", defendeu a chefe da delegação do Comité Internacional da Cruz Vermelha no Iémen, Katharina Ritz, considerando que a Ucrânia deve ser acrescentada à lista de crises a enfrentar, mas não deve substituir todas as outras.

Desde que os Huthis, apoiados pelo Irão, tomaram a capital do Iémen, Sanaa, em setembro de 2014, e uma coligação liderada pela Arábia Saudita entrou na guerra, em março de 2015, para apoiar o Governo no exílio, o Iémen regista uma das piores crises humanitárias do mundo.

A guerra provocou a morte a mais de 150.000 pessoas, de acordo com a organização especialista em análise de dados de conflitos Armed Conflict Location and Event Data Project. O número inclui combatentes e civis, sendo que o valor mais recente sobre civis mortos no conflito no Iémen é de 14.500 pessoas.

Além disso, os ataques aéreos sauditas mataram centenas de civis e atingiram infraestruturas do país, além de os Huthis terem usado crianças-soldado e lançado minas terrestres indiscriminadamente por todo o país.

A já muito debilitada nação ainda enfrentou a pandemia de covid-19 nos anos mais recentes e lida com fluxos de migrantes africanos que querem atravessar o Iémen para chegar à vizinha Arábia Saudita, rica em petróleo.

O país também está à beira de uma grave crise de fome há anos, que pode ser exacerbada pela guerra da Rússia na Ucrânia, já que o Iémen importa da Rússia e da Ucrânia cerca de 40% do trigo que consome.

"O mecanismo de sobrevivência do país é muito limitado e acho que vai enfrentar uma grande luta", disse Ritz.

Ao mesmo tempo, a Cruz Vermelha continua a ter conhecimento de prisioneiros mantidos por milícias, pelo Governo controlado pelos Huthis em Sanaa e pelo Governo iemenita em Aden, acrescentou, lembrando que, em 2020, as partes em conflito projetaram uma troca de prisioneiros, mas não houve nenhuma grande desde então.

"O diálogo entre as partes continua. As negociações nunca pararam", referiu.

Entretanto, os Huthis detiveram quase uma dúzia de ex-funcionários iemenitas da embaixada dos EUA em Sanaa. Questionada sobre o caso, Ritz afirmou que as famílias dos prisioneiros têm de se apresentar à Cruz Vermelha para obter assistência.

A Cruz Vermelha também viu o seu nome invocado pela Arábia Saudita depois de um ataque aéreo da coligação ter atingido em janeiro uma prisão Huthi na cidade de Saana, matando pelo menos 87 pessoas.

Leia Também: Suíça: Armas exportadas são usadas em zonas de conflito ilegalmente

Recomendados para si

;
Campo obrigatório