Sobe para 87 o número de vítimas desde o golpe no Sudão
Mais dois manifestantes foram hoje mortos em Cartum, elevando para 87 o número de óbitos desde o golpe de Estado, num dia em que a ONU e a União Africana manifestaram preocupação com a situação no Sudão.
© Getty Images
Mundo Sudão
Segundo um sindicato de médicos pró-democracia, os dois manifestantes que morreram hoje foram atingidos por balas em Cartum e nos arredores.
No total, 87 manifestantes morreram e mais de 2.000 ficaram feridos nos protestos que se repetem no Sudão desde o golpe de Estado de 25 de outubro, diz o sindicato.
Também hoje, o líder da missão das Nações Unidas no Sudão, Volker Perthes, e o emissário da União Africana Mohamed Hassan Lebatt manifestaram-se "muito preocupados com a situação" no país, que consideraram estar "em grave perigo".
Os dois diplomatas apelaram aos civis para se unirem, alertando que, caso contrário, "vão entregar o futuro do país aos militares".
Desde o golpe de Estado, o Sudão mergulhou numa espiral de violência: o chefe do exército, Abdel-Fattah al-Burhan, afastou os civis que partilhavam consigo o poder e desde então milhares de manifestantes protestam regularmente.
As forças de segurança respondem aos protestos com balas reais, apesar de repetidos apelos à contenção, provenientes do Ocidente, que já suspendeu a sua ajuda até que se concretize um regresso ao processo de transição que deveria levar o país à democracia após 30 anos de ditadura militar-islamita.
Os representantes políticos dos civis encontram-se num impasse entre os manifestantes, que exigem o corte do diálogo com os generais, e a ONU, que os pressiona a sentarem-se à mesa com os militares.
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