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UE preparada para agir e evitar possível divisão da Bósnia-Herzegovina

A União Europeia (UE) está preparada para limitar a assistência financeira e até impor sanções à Bósnia-Herzegovina para evitar uma possível separação no país dos Balcãs etnicamente dividido, divulgou na segunda-feira o chefe da diplomacia europeia.

UE preparada para agir e evitar possível divisão da Bósnia-Herzegovina
Notícias ao Minuto

06:33 - 22/02/22 por Lusa

Mundo Bósnia-Herzegovina

"Não há lugar na Europa para uma Bósnia-Herzegovina dividida. E aqueles que trabalham nessa direção estão fortemente errados", salientou Josep Borrell, em declarações no final de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros.

O acordo de paz, negociado há mais de 25 anos, tem-se vindo a desfazer, noticiou na segunda-feira a agência Associated Press (AP).

Os Estados Unidos impuseram em janeiro sanções financeiras ao líder político dos sérvios da Bósnia, Milorad Dodik, acusado de "atividades corruptas" que "ameaçam a estabilidade" dos Balcãs e comprometem o acordo de paz de Dayton, mediado por Washington.

Dodik há anos que defende que a parte da sérvia da Bósnia deve deixar o resto do país e unir-se à vizinha Sérvia.

Segundo Borrell, os europeus estão "prontos para usar todos os instrumentos disponíveis se a situação exigir".

O diplomata acrescentou que estas medidas podem envolver o corte "da assistência financeira e medidas restritivas", mas ressalvou que serão usadas como último recurso.

Após assinatura do Acordo de Dayton em finais de 1995, a Bósnia-Herzegovina foi fraturada em duas entidades, unidas por um frágil Estado central cujos poderes têm vindo a ser reforçados nos últimos anos.

Na prática, e mais de 25 anos após o fim da guerra civil, o país balcânico com 3,3 milhões de habitantes permanece um protetorado internacional, com fortes poderes decisórios atribuídos ao alto representante que supervisiona e coordena a aplicação dos aspetos civis do Acordo de Dayton.

O presidente da Bósnia-Herzegovina, Zeljko Komsic, integra a presidência colegial tripartida da Bósnia-Herzegovina, com um representante sérvio e outro bosníaco (muçulmano), e onde as decisões devem ser tomadas por consenso.

A maioria dos países da UE também querem atingir Dodik com sanções, mas a Hungria, Croácia e Eslovénia opõem-se a estas.

O chefe político dos sérvios bósnios tem também o apoio da Rússia.

Dodik rejeitou na segunda-feira qualquer ameaça de pressão da EU e vincou que nem ele, nem o seu partido no poder Republika Srpska (RS, a entidade sérvia da Bósnia-Herzegovina), "aceitarão" quaisquer sanções, acrescentando que a entidade que dirige bloqueará todos os "projetos de desenvolvimento" a nível federal na Bósnia se [as sanções] foram aplicadas.

"Se eles querem parar toda a Bósnia-Herzegovina, estamos ao seu serviço", sustentou Dodik.

O ministro dos Negócios Estrangeiros austríaco, Alexander Schallenberg, já tinha criticado os anúncios de Dodik e do RS, considerando-os "extremamente perigosos e que brincam com a integridade do Estado".

O governante alertou que a Bósnia e os Balcãs não devem tornar-se "um 'recreio' para atores fora da Europa".

A UE também está a exigir que a reforma eleitoral seja aprovada antes das eleições na Bósnia no final deste ano.

Leia Também: Relator do Parlamento Europeu para a Bósnia "profundamente preocupado"

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