A chef brasileira explora desde 2006, juntamente com o seu marido, Daniel Redondo, o 'Maní', no Jardim Paulistano, em São Paulo, que integra a lista dos 50 melhores restaurantes do Mundo, anunciou a mesma publicação.

A cozinha de Helena Rizzo é caracterizada pelo respeito pelas práticas culinárias brasileiras, onde "os ingredientes brasileiros tradicionais são misturados usando uma técnica moderna e com uma pitada de influência espanhola", anuncia a "Restaurant Magazine", num comunicado hoje divulgado sobre a atribuição do "Prémio Veuve Clicquot de Melhor Chef Mulher do Mundo 2014".

O prato mais representativo da cozinha de Helena Rizzo é a sua interpretação das clássicas mandiocas brasileiras, assadas e servidas com espuma de 'tucupi' (sumo de raiz de mandioca brava), leite de coco e azeite com trufas brancas.

"Neste mundo que continua a ser muito dominado pelos homens, sentimos que é essencial comemorar o sucesso das brilhantes chefs mulheres. Se as conquistas de Helena inspiram as futuras gerações de mulheres a entrar na profissão, então isto só pode ser considerado como um resultado positivo", sublinha William Drew, editor dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo.

No ano passado, Rizzo já tinha sido considerada a melhor cozinheira da América Latina pela "Restaurant Magazine".

Sobre o prémio agora anunciado, Helena Rizzo manifestou esperança de que o "mundo gastronómico fique atento ao trabalho das cozinheiras e à gastronomia maravilhosa" do Brasil.

"Eu não sou e nunca tive a intenção de ser 'a melhor chef feminina do mundo', essa é uma apreciação difícil de fazer. Cada um de nós pode ser o melhor numa situação particular, num determinado momento, para uma determinada pessoa", afirmou a premiada.

Natural do Rio Grande do Sul, Helena Rizzo mudou-se aos 18 anos para São Paulo para perseguir uma carreira de modelo, enquanto trabalhava, a tempo parcial, em restaurantes. Rapidamente abandonou as passerelles e dedicou-se a tempo inteiro à gastronomia, trabalhando com nomes de referência da cozinha brasileira.

Depois, realizou uma viagem para aperfeiçoar as suas habilidades e aprender novas técnicas, passando por Itália e por Espanha, onde passou uma temporada no 'El Celler de Can Roca', atualmente o primeiro na lista dos 50 melhores restaurantes do Mundo.

Sobre ela, Joan Roca, um dos responsáveis deste restaurante, destacou o "talento, sensibilidade e paixão", além da "autenticidade e fidelidade às raízes" como marca da sua cozinha.

O prémio celebra o trabalho de uma mulher cuja culinária é apreciada "pelos críticos mais difíceis do mundo e pelos chefs mais venerados, dos quais mais de 900 votaram nesta categoria", segundo a "Restaurant Magazine".

Em edições anteriores, a distinção foi atribuída a Anne-Sophie Pic ('Maison Pic', Valence, França), Elena Arzak (restaurante 'Arzak', três estrelas Michelin, em San Sebastian, Espanha) e Nadia Santini ('Dal Pescatore', três estrelas, Mantova, Itália).