Há "problema político" e "situação muito grave" em Espanha, diz ministra

Yolanda Díaz falava numa conferência de imprensa em Sevilha, durante a IV Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento (FiFD4) da Organização das Nações Unidas (ONU).

4th International Conference on Financing for Development in Seville

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Lusa
01/07/2025 13:55 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Yolanda Díaz

A ministra do Trabalho espanhola e dirigente do Somar, partido que está na coligação de Governo com os socialistas, disse hoje que Espanha tem "um problema político" devido à corrupção no PSOE e que "a situação é muito grave".

 

"Espanha tem hoje um problema político" e quando isto acontece "não se pode olhar para outro lado, é preciso abordar [o problema]", disse Yolanda Díaz, uma das vice-presidentes do Governo liderado por Pedro Sánchez, que é primeiro-ministro e secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

Yolanda Díaz falava numa conferência de imprensa em Sevilha, durante a IV Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento (FiFD4) da Organização das Nações Unidas (ONU), onde foi confrontada com o caso de corrupção na cúpula do PSOE e a decisão de segunda-feira de um juiz de colocar em prisão preventiva um ex-dirigente do partido, Santos Cerdán, um dos "braços direitos" de Sánchez até há poucas semanas.

Este caso de corrupção "não é um problema do Comité Federal do PSOE, é já um problema de país", disse hoje Yolanda Díaz, que considerou que "a situação é muito grave" e pediu ao parceiro de Governo uma mudança radical na resposta que está a dar ao caso.

"Estamos muito zangados, estão vocês e o conjunto do país", acrescentou.

"Ver ontem [segunda-feira] entrar na prisão o número dois do Partido Socialista é uma vergonha, sem contemplações", disse ainda a dirigente do Somar, uma plataforma de forças políticas de esquerda.

Yolanda Díaz disse que a situação é tão grave que na quarta-feira, as direções do PSOE e do Somar vão reunir-se por causa deste caso e insistiu em que é preciso "atuar já".

"Tolerância zero com a corrupção", afirmou a dirigente, acrescentando que o PSOE tem de explicar ao Somar e ao país "o que aconteceu".

Nas mesmas declarações, a representante exigiu a adoção rápida de "medidas de regeneração democrática para não voltar a acontecer".

Segundo Yolanda Díaz, o Somar levará à reunião de quarta-feira um conjunto de propostas que espera que sejam adotadas.

"Não chegam panos quentes", disse a ministra espanhola, que considerou que "a corrupção zero existe", ao contrário do que tem dito Sánchez, e que este é o resultado do bipartidarismo e "dos seus dois problemas: PP e PSOE", referindo-se aos dois maiores partidos de Espanha, o socialista e o Partido Popular (conservador).

O Supremo Tribunal espanhol decidiu na segunda-feira mandar Santos Cerdán para o regime de prisão preventiva sem fiança pelo alegado papel num esquema de distribuição de subornos por supostas adjudicações irregulares de obras públicas.

O juiz Leopoldo Puente, que atendeu ao pedido do Ministério Público Anticorrupção e das acusações, considerou que Cerdán pode ter cometido crimes de integração em organização criminosa, suborno e tráfico de influências.

Na segunda-feira, Sánchez disse aos jornalistas, também em Sevilha, que o PSOE atuou "com contundência" perante as suspeitas e afastou de imediato Santo Cerdán, cabendo à justiça determinar "quais são as responsabilidades que pode ter" o antigo dirigente socialista.

Este caso envolve também um ex-ministro de Sánchez e ex-número três do PSOE, José Luís Ábalos.

Ábalos foi ministro entre 2018 e 2021. Santos Cerdán era o "número três" do PSOE desde 2017, quando sucedeu no cargo a Ábalos. Os dois foram os maiores e mais reconhecidos apoiantes de Sánchez nas primárias do PSOE de 2014 e no caminho que depois o levou a liderar o Governo pela primeira vez, em 2018.

A suspeita de corrupção na cúpula do PSOE abriu uma crise em Espanha que analistas, dirigentes partidários e imprensa consideram quase unanimemente colocar em risco a sobrevivência política do primeiro-ministro, Pedro Sánchez.

Leia Também: Governos, petrolíferas e ultra-ricos "têm culpa" pelo "calor infernal"

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