"Os procuradores acusaram a ex-primeira-ministra de cinco crimes. Vou pedir a retirada de todas as acusações", disse o seu advogado, Amir Hossain, aos jornalistas.
Os seus argumentos sobre o caso de Hasina, que está a ser julgada à revelia, vão continuar a ser ouvidos na próxima audiência, num processo que teve início em 01 de junho num tribunal da capital.
Sheikh Hasina, que chegou ao poder em 2009 e é conhecida no país como "dama de ferro", abandonou apressadamente o Bangladesh em 05 de agosto do ano passado, após várias semanas de violentos distúrbios e manifestações contra o seu Governo, procurando asilo na vizinha Índia. A repressão destes protestos fez pelo menos 1.400 mortos, segundo as Nações Unidas.
De acordo com a acusação, Sheikh Hasina, agora com 77 anos, está a ser processada por dar ordens às forças de segurança, através do Ministério do Interior e do comando da polícia, para reprimir os protestos.
O seu ex-ministro do Interior, Asaduzzaman Khan Kamal, também em fuga, está a ser processado pelas mesmas acusações, assim como o ex-chefe da polícia Chowdhury Abdullah Al Mamun, que está preso.
Até ao momento, os pedidos de extradição dos tribunais do Bangladesh não foram respondidos pela Índia.
A revolta popular, também conhecida por "Revolução de Julho" ocorreu em julho e agosto de 2024, inicialmente desencadeada por protestos de estudantes contra as quotas de emprego discriminatórias.
O movimento intensificou-se na sequência de relatos de uma dura repressão governamental, que causou centenas de vítimas no que foi apelidado de "massacre de julho".
Os acontecimentos conduziram a uma agitação generalizada e, por fim, ao derrube do governo da Liga Awami de Sheikh Hasina em 05 de agosto de 2024.
Leia Também: "Justiça para Mahbud". As imagens da 'manif' de imigrantes após homicídio