O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que tentará chegar a um acordo comercial com o Presidente norte-americano, Donald Trump, entre outros pontos, durante a visita aos Estados Unidos na próxima semana.
"Temos algumas coisas a resolver para chegar a um acordo comercial, além de outras coisas. Encontros com os líderes do Congresso e do Senado e reuniões de segurança que não vou detalhar aqui", disse hoje o chefe do Governo israelita, numa reunião do executivo, de acordo com um comunicado.
Netanyahu anunciou que está a preparar encontros com o líder norte-americano, bem como com o vice-presidente de Trump, J.D. Vance; com o secretário de Estado, Marco Rubio; com o secretário de Defesa, Pete Hegseth; com o enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e com o secretário do Comércio, Howard Lutnick.
A visita, que segundo o portal especializado Jewish Insider ocorrerá na próxima segunda-feira, acontece numa altura em que Washington aumenta a pressão para que se alcance um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O Presidente norte-americano apelou no domingo para um acordo imediato para pôr fim ao conflito e "libertar os reféns", numa mensagem publicada na rede social Truth Social.
Esta publicação segue-se a outra da passada sexta-feira, na qual Trump afirmou que uma solução para o conflito na Palestina poderia ser alcançada ainda esta semana.
"Estamos a trabalhar em Gaza e a tentar resolver a situação. Estamos a fornecer muito dinheiro e muitos alimentos àquela zona porque temos de o fazer", salientou o Presidente, num evento em Washington.
Os Estados Unidos apoiam a Fundação Humanitária para Gaza (GHF, na sigla em inglês), que também é apoiada por Israel.
Esta organização conta com quatro pontos de distribuição de alimentos no centro e sul de Gaza (excluindo o norte e a cidade de Gaza), em torno dos quais as tropas israelitas são acusadas de matar diariamente dezenas de pessoas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, afirmou na segunda-feira que Israel país ainda apoia a proposta de Witkoff para um acordo de trégua "temporária" em Gaza, algo que o grupo islamita palestiniano Hamas rejeita em busca de um cessar-fogo permanente.
Já o Hamas opõe-se à abordagem temporária.
O membro do bureau político do Hamas, Mahmoud Mardawi, disse esta segunda-feira à rede do Qatar Al Jazeera que "acabar com a guerra e a retirada [do exército israelita] sob garantias internacionais são duas condições inegociáveis".
"Não concordaremos nem aceitaremos nenhuma condição que comprometa a nossa soberania, e as armas da resistência estão ligadas ao fim da ocupação", afirmou.
O conflito em Gaza foi desencadeado em 07 de outubro de 2023, após um ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 56 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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