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Declarações de líder republicano enfurecem comunidade negra nos EUA

Vários congressistas a nível estatal e nacional acusaram Mitch McConnell de fazer declarações racistas contra os eleitores negros.

O líder dos republicanos no Senado norte-americano, Mitch McConnell, deixou a comunidade negra revoltada, depois de, aparentemente, ter considerado os afro-americanos uma classe diferente.

Numa conferência de imprensa depois de os republicanos terem chumbado uma proposta de lei que visava impedir mais restrições ao direito de voto - restrições essas que afetam desproporcionalmente os eleitores negros -, McConnell procurou justificar que as preocupações dos eleitores não são justificadas.

No entanto, as palavras escolhidas causaram celeuma. "O receio é injustificado, porque se olharmos para as estatísticas, os eleitores afro-americanos votam numa percentagem tão alta como os norte-americanos", afirmou o senador do estado do Kentucky, segundo a CNN.

Não só a afirmação é factualmente errada - estudos demonstram que as restrições ao voto impostas em estados controlados por republicanos, nomeadamente reduzindo o tempo de voto e o número de mesas em áreas mais carenciadas afetam muito mais eleitores não brancos - como deixou várias pessoas desagradadas.

Charles Booker, senador estatal do Kentucky, argumentou que McConnell demonstrou o que acha, honestamente, sobre a comunidade negra.

A nível nacional, o congressista na Câmara de Representantes Bobby Lush vincou que "os afro-americanos SÃO norte-americanos". Já Donald McEachin, representante no Congresso pelo estado da Virgínia, escreveu uma carta a condenar as declarações de McConnell.

Não é a primeira vez que McConnell é acusado de demonstrar atitudes racistas. O senador tem procurado chumbar durante décadas propostas de lei que visam melhorar o direito de voto de eleitores não brancos e acabar com formas de discriminação, tendo também raramente condenado atos racistas.

Por exemplo, McConnell recusou sempre qualquer associação racista sobre o 'filibuster', uma ferramenta usada pela minoria no Senado para bloquear legislação e obrigar a uma margem de 60-40 para uma lei passar - o 'filibuster' foi criado propositadamente durante a primeira metade do século XX para travar o direito de voto de pessoas negras e manter leis segregacionistas.

Em 2019, quando o Senado estava a discutir legislação em torno de reparações históricas do tempo da escravatura e a remoção de estátuas de generais fiéis ao regime esclavagista da Confederação, McConnell justificou a sua oposição afirmando que os Estados Unidos já elegeram um presidente negro, Barack Obama.

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