Lena D'Água foi a convidada desta semana do programa 'Alta Definição', apresentado por Daniel Oliveira. A cantora, de 69 anos, que venceu no passado domingo o Globo de Ouro de Melhor Intérprete, falou sobre a sua vida, a sua carreira e os problemas de enfrentou no mundo das drogas.
"Sem a droga não podia subir ao palco"
Lena começou a sua carreira musical no fim dos anos 70 e na década seguinte atingiu o sucesso. Porém, nos anos 90, a sua vida foi marcada pelo vício das drogas.
"Os anos 90 foram difíceis. Tive que fechar uma data de portas de doença mental, essa porta está fechada há quase 30 anos. Entrei naquela fase de fumar aquela droga [metadona], os mais próximos é que sabiam.
[...] Foram quase nove anos de consumo. Foi difícil [fechar essas portas]. Fiz várias tentativas. Não estava sozinha, havia outra pessoa e não dá para fazer isso em casal, não resulta, um dia estás mais forte e ele está fraquíssimo e vice-versa", revela.
"Pensei que controlaria a situação. Pensei que, aos 33 anos, podia experimentar sem problema. Fui só estúpida, um bocado arrogante", explica.
Questionada de atuou sob o efeito da droga, Lena responde: "Sem aquilo eu não podia fazer nada. [...] É como se fosse um relaxante muscular e emocional que também dá uma certa energia pacífica, só que rapidamente precisas daquilo para viver, se não tens não te consegues pôr em pé. É tão difícil para conseguir largar", confessa a cantora.
"Fumei o meu apartamento"
Daniel Oliveira questiona a artista se esta gastou muito dinheiro com as adições, ao que ela responde:
"Fumei o meu apartamento. Vendi o meu apartamento para pagar as coisas [...]
[...] Depois tens que recuperar a tua vida", refere, admitindo que foi para um programa de desintoxicação onde viveu numa casa com mais pessoas na zona de Coimbra.
A violência doméstica
Lena D'Água falou ainda da violência doméstica que sofreu com dois companheiros.
"Nunca encontrei aquela pessoa [...] conheci vários homens, há muitos que são infiéis e mentirosos, andam a trair e não têm confiança em ti, isso já passou, sinto-me mais livre dessas amarras [...] Adorei estar apaixonada, tanta vez, mas depois, fazendo as contas, no final poucos sobraram na minha memória afetiva.
Aconteceu-me com duas pessoas diferentes mas foi só uma vez. [...] tinha uma relação de alguns anos e foi uma pena, na segunda vez [que ele a agrediu] parou ali. Foram duas pessoas que amei muito", confessa Lena.
De seguida, a cantora contou ainda uma situação de violência doméstica em que temeu pela sua vida.
"A primeira vez eu podia ter ficado ali, fui estrangulada no chão da cozinha, eu vi tudo preto [...] Peguei nas minhas coisas, meti-me no comboio e voltei para os meus pais", revelou.
Veja aqui a entrevista.