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Detidos dois suspeitos da morte do embaixador na RDCongo no ano passado

Dois suspeitos do homicídio do embaixador italiano na República Democrática do Congo (RDCongo), Luca Attanasio, foram detidos na terça-feira e apresentados ao governador militar da província nordeste do Kivu do Norte, confirmaram hoje várias fontes.

Detidos dois suspeitos da morte do embaixador na RDCongo no ano passado
Notícias ao Minuto

14:26 - 19/01/22 por Lusa

Mundo Luca Attanasio

"Os suspeitos foram detidos (...) e apresentados ontem perante o governador da província. Caberá agora à justiça encarregar-se deles", afirmou o general Sylvain Ekenge, porta-voz das autoridades militares que governam a província congolesa do Kivu do Norte desde o estabelecimento do estabelecimento do estado de sítio no final de Abril, em declarações à agência EFE por telefone.

Edgard Mateso, presidente de um agrupamento de organizações da sociedade civil em Goma, confirmou igualmente à agência espanhola que foram presos dois homens, mas um terceiro e principal suspeito - que dá pelo nome de Aspirant - está ainda a monte.

Para além destes dois detidos, quatro outros homens foram presos sob a acusação de outros crimes e raptos de elementos de organizações humanitários na região, de acordo com os meios de comunicação locais.

Attanasio foi morto em 22 de fevereiro de 2021 perto da capital provincial do Kivu do Norte, Goma, num ataque a um comboio das Nações Unidas, cuja autoria o governo congolês atribuiu às Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo insurgente de origem ruandesa que opera na zona.

A FDLR negou essa acusação. O ataque, que também matou um acompanhante do embaixador, Vittotio Iacovacci, e o motorista da viatura onde os dois seguiam, o congolês Mustapha Milambo, visou dois veículos do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM), disse na altura a Missão da ONU na RDCongo (MONUSCO).

O incidente ocorreu em Kibumba, cerca de 25 quilómetros a nordeste de Goma, na área onde se situa o Parque Nacional de Virunga - na fronteira entre a RDCongo, o Ruanda e o Uganda - e onde operam vários grupos armados.

Após o assassinato, várias investigações foram abertas pelas Nações Unidas, pelo Ministério Público italiano e pelas autoridades congolesas.

Attanasio, que morreu com 43 anos, era casado e deixou três filhas. Em setembro de 2017 começou a liderar a representação diplomática da Itália em Kinshasa, onde conduzia numerosos projetos humanitários.

A região nordeste da RDCongo está mergulhada no caos e insegurança desde 1998, alimentados por ataques de milícias rebeldes e de soldados do exército, não obstante a presença da missão de manutenção da paz da ONU (MONUSCO), que conta com mais de 14.000 soldados destacados no país.

A ausência de alternativas e de meios de subsistência estáveis levou milhares de congoleses a pegar em armas e, de acordo com o Barómetro de Segurança do Kivu (KST), a região é um campo de batalha para pelo menos 122 grupos rebeldes, espalhados pelas províncias do Kivu Norte, Kivu Sul, Ituri e Tanganica.

Leia Também: Novo ataque a campo de deslocados na RD Congo provoca a morte de 22 civis

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