Uganda processa escritor por "perturbar" a família presidencial

Um tribunal do Uganda processou hoje um escritor e crítico do Governo do país por "perturbar" o Presidente, Yoweri Museveni, e o seu filho, de quem escarneceu nas redes sociais.

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Lusa
11/01/2022 12:51 ‧ 11/01/2022 por Lusa

Mundo

Uganda

Kakwenza Rukirabashaija, com 33 anos, foi acusado de "linguagem ofensiva" contra os dois homens e permanecerá detido até 21 de janeiro, anunciou Charles Twine, porta-voz do departamento de investigação criminal da polícia ugandesa.

Rukirabashaija é o autor do romance satírico "The Greedy Barbarian" (O Bárbaro Ganancioso), que descreve um país imaginário atormentado pela corrupção.

Rukirabashaija, que ganhou em 2021 um prémio internacional atribuído a autores perseguidos, foi detido em 28 de dezembro na sua casa, na capital do país, Kampala, depois de ter criticado o filho do presidente, Muhoozi Kainerugaba, nas redes sociais.

Recentemente, o escritor intensificou as suas críticas a Kainerugaba, um general que muitos veem como o sucessor do seu pai, atualmente com 77 anos, chamando-lhe "gordo" e "resmungão".

De acordo com um documento divulgado pelo tribunal de Kampala, os procuradores acusam o autor de, "intencional e repetidamente", ter utilizado a sua conta na rede social Twitter para "perturbar a paz de sua Excelência [Yoweri Museveni], sem um propósito legítimo de comunicação".

Rukirabashaija é acusado do mesmo em relação a Kainerugaba. A advogada do escritor, Eron Kiiza, confirmou através de uma breve mensagem através do Twitter a dupla acusação, que segundo a lei ugandesa pode ser punida com até um ano de prisão.

O Governo já contestou uma primeira decisão judicial, que determinou a libertação "incondicional" do autor.

Os Estados Unidos e a União Europeia, entre outros, apelaram à libertação de Rukirabashaija.

Preso várias vezes desde a publicação de "The Greedy Barbarian", Kakwenza Rukirabashaija afirmou ter sido torturado durante os interrogatórios sobre o seu livro.

Visto como reformador quando tomou o poder em 1986, Museveni tem desde então reprimido sistematicamente a dissidência política no Uganda e alterou a Constituição do país, que lhe permite hoje ser reeleito sem quaisquer restrições.

Leia Também: Uganda reabre escolas quase dois anos depois de terem sido encerradas

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