Obrador satisfeito com "declínio" de Vargas Llosa por apoio à direita
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou quarta-feira que lhe dá "gosto constatar o declínio" do nobel da Literatura peruano Mario Vargas Llosa, pelo seu apoio à direita latino-americana.
© Reuters
Mundo México
"Deu-me gosto ouvir, observar, constatar o declínio de Vargas Llosa porque o convidam, também assim está o mundo, continuam a acreditar que é o mesmo, convidam-no para uma conferência nos Estados Unidos, todos os que têm um pensamento conservador na América Latina", disse Andrés Manuel López Obrador, citado pela agência EFE.
O presidente mexicano referia-se à participação do escritor Mario Vargas Llosa num seminário da Fundação Internacional para a Liberdade na Flórida, que também contou com a presença de personalidades como o ex-ministro mexicano Jorge Castañeda e o ex-presidente do Equador Lenín Moreno.
"E ele faz um discurso a explicar o que estava a acontecer na América Latina, mas é um discurso que não contribui em nada, de lugares comuns, e é um discurso de derrota, um discurso sem opções, sem alternativas, até mesmo das suas posições", afirmou o presidente mexicano.
O escritor hispano-peruano, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 2010, foi alvo de críticas este ano por apoiar a candidatura de Keiko Fujimori nas eleições presidenciais do Peru e, mais tarde, o candidato da extrema-direita José Antonio Kast no Chile.
Andrés Manuel López Obrador, que em várias ocasiões mostrou afinidade com o presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, juntou-se ao coro de críticas a Vargas Llosa.
"Quando ele discursou faltava uma semana ou quinze dias para as eleições no Chile, que ele dizia que seria lamentável se Boric vencesse", ironizou o presidente mexicano.
Andrés Manuel López Obrador e Mario Vargas Llosa já trocaram críticas no passado, como em 2018, quando o escritor alertou para um "suicídio democrático" caso o mexicano vencesse as eleições presidenciais desse ano.
No mês passado, o presidente mexicano criticou a participação de Vargas Lllosa na suposta "guerra suja" para destituir o presidente do Peru, o 'esquerdista' Pedro Castillo.
"Não passa de lamentar que a América Latina já tenha sido tomada pela esquerda", comentou agora Andrés Manuel López Obrador.
O presidente mexicano também assinalou a recente polémica em Franca, onde um grupo de intelectuais manifestou, em 09 de dezembro, repúdio pela entrada do hispano-peruano na Academia Francesa da Língua, pelas suas posições próximas da extrema-direita.
"É um mais famosos dos ideólogos do conservadorismo na América Latina. Já tinha sido nomeado ou é membro da Academia das Letras em França e, por estas posições, e porque perdeu a imaginação e o talento, alguns escritores já estavam a retirar-lhe o seu reconhecimento", afirmou.
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