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Facebook vai banir empresas controladas pela Junta Militar em Myanmar

A "casa-mãe" do Facebook, Meta, anunciou hoje que vai banir todas as páginas e contas pertencentes a empresas apoiadas pelo exército birmanês, medida que acentua as restrições à Junta Militar no poder em Myanmar (ex-Birmânia).

Facebook vai banir empresas controladas pela Junta Militar em Myanmar
Notícias ao Minuto

15:29 - 08/12/21 por Lusa

Mundo Meta

O exército birmanês tem vastos interesses comerciais em indústrias tão diversas como cerveja, tabaco, transporte, têxteis, turismo e finanças. 

Segundo ativistas e grupos de direitos humanos, essas indústrias estão a financiar as ações de repressão e de abusos muito antes do golpe militar de 01 de fevereiro, quando a Junta Militar derrubou o regime civil de Aung San Suu Kyi.

No final de fevereiro, o Facebook apagou todas as contas vinculadas aos militares, justificando a decisão pelos apelos da Junta Militar ao uso da força contra os opositores do golpe. 

A empresa também removeu a publicidade de empresas relacionadas com militares nas suas plataformas. 

Agora a Meta "também vai remover páginas, grupos e contas que representam empresas controladas por militares", disse o grupo, num comunicado divulgado terça-feira.

A decisão, prossegue o comunicado, é baseada "numa extensa documentação" da comunidade internacional sobre o "papel direto das empresas no financiamento da violência contínua e das violações dos direitos humanos" pelos militares em Myanmar.

A Meta referiu-se sobretudo ao relatório de uma missão de investigação da ONU sobre os interesses económicos dos militares como "base" para tomar a decisão, acrescentou o grupo. 

As páginas das empresas Myawaddy Trading Ltd, Myawaddy Bank e Myanma Beer, citadas no relatório de 2019, estavam hoje inacessíveis, assim como a de uma produtora de filmes, apontada como pertencente à filha do líder da Junta, Min Aung Hlaing. 

Questionado pela agência noticiosa France-Presse (AFP) sobre o tempo necessário para bloquear todas as páginas das empresas incriminadas, a Meta remeteu comentários para mais tarde.

O gigante norte-americano - a rede mais popular e influente em Myanmar, foi criticado pela falta de resposta aos apelos à violência, ligados aos massacres de rohingyas, uma minoria muçulmana perseguida, em Myanmar em 2017. 

Considerado um "genocídio" por investigadores da ONU, a violência provocou o êxodo de cerca de 740.000 rohingyas para o Bangladesh.

Segunda-feira, um grupo organizado de refugiados rohingya apresentou uma queixa contra o Facebook, exigindo 150.000 milhões de dólares (132.630 milhões de euros) de indemnização, acusando a rede social de ter permitido que mensagens de ódio dirigidas a esta minoria étnica se propagassem na plataforma. 

A ação apresentada num tribunal na Califórnia (Estados Unidos), onde o Facebook tem a sede, o grupo refere que os algoritmos usados pelo gigante da tecnologia "fomentaram a desinformação e ideologias extremistas que resultaram em atos violentos no mundo real".

Sob pressão nos Estados Unidos e na Europa para lutar contra as informações falsas, especialmente sobre a epidemia de covid-19 e durante as eleições norte-americanas, o Facebook tem assinado parcerias com diversos meios de comunicação social com o objetivo de verificar publicações 'online' e remover as falsas.

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