Meteorologia

  • 06 MAIO 2024
Tempo
15º
MIN 13º MÁX 20º

Ruandês que criticava Governo no YouTube condenado a sete anos de prisão

Um dissidente ruandês que utilizava o seu canal na rede social YouTube para criticar o Governo foi condenado a sete anos de prisão por um tribunal de Kigali, noticia hoje a agência France-Presse, que cita fontes concordantes.

Ruandês que criticava Governo no YouTube condenado a sete anos de prisão
Notícias ao Minuto

13:59 - 12/11/21 por Lusa

Mundo Prisão

Dieudonné Niyonsenga, cujo canal Ishema TV acumula mais de 15 milhões de visualizações, foi considerado culpado de quatro acusações, nomeadamente de usurpação de identidade.

"O tribunal considera que os crimes de que Niyonsenga é acusado foram cometidos intencionalmente", declarou o juiz ao anunciar o veredicto na quinta-feira, com uma multa de cinco milhões de francos ruandeses (4.280 euros).

O juiz ordenou ainda que Niyonsenga fosse "imediatamente detido e levado para cumprir a sua pena de prisão".

O advogado do opositor, Gatera Gashabana, anunciou que a defesa irá recorrer da sentença, que "simplesmente não é legal".

O 'youtuber' não se apresentou em tribunal e pouco após o julgamento disse que a polícia tinha cercado a sua casa.

A polícia e os responsáveis da administração penitenciária não confirmaram se o condenado tinha sido preso.

Mais conhecido pelo nome Cyuma, que significa "ferro", é conhecido pelos seus vídeos a denunciar violações dos direitos humanos.

Em abril do ano passado, divulgou uma série de vídeos em que acusava os soldados ruandeses de graves abusos contra os habitantes dos subúrbios no quadro do confinamento decretado para combater a pandemia de covid-19.

Pouco tempo depois foi detido e acusado de ter violado as medidas de contenção da pandemia, fazendo-se passar por jornalista, e enviado para a prisão.

Foi libertado 11 meses mais tarde, mas o Ministério Público contestou a sua libertação.

O Ruanda, dirigido pelo Presidente Paul Kagame desde o fim do genocídio que em 1994 fez 800.000 mortos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é regularmente acusado por organizações não-governamentais de reprimir a liberdade de expressão, as críticas e a oposição política.

Em março, a organização Human Rights Watch manifestou preocupação face à atitude das autoridades contra as pessoas que utilizam o YouTube ou blogues para se exprimir sobre questões por vezes controversas.

Segundo a organização, pelo menos oito pessoas que relatavam ou comentavam a atualidade - como o impacto das medidas anti-covid-19 que afetaram duramente os mais pobres - tinham sido ameaçadas, detidas ou perseguidas ao longo do ano anterior.

Leia Também: Jornalista norte-americano condenado a 11 anos de prisão em Myanmar

Recomendados para si

;
Campo obrigatório