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Rússia propõe aos EUA reverter sanções entre os dois países

A Rússia propôs terça-feira aos Estados Unidos da América (EUA) reverter as sanções impostas nos últimos anos que têm restringido as missões diplomáticas, reafirmando forte oposição a qualquer presença militar dos norte-americanos na Ásia Central.

Rússia propõe aos EUA reverter sanções entre os dois países
Notícias ao Minuto

07:23 - 13/10/21 por Lusa

Mundo Sanções

A proposta russa foi feita durante as negociações entre a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, e o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov.

"Qualquer ação adversa anti-Rússia não irá ficar sem resposta, mas Moscovo não quer mais uma escalada de violência. Estamos a propor o levantamento de todas as restrições impostas por ambas as partes nos últimos anos", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo.

No entanto, Sergei Ryabkov disse a Rússia e os EUA não fizeram nenhum progresso na normalização do trabalho das suas missões diplomáticas, que tem sido prejudicado por várias rondas de sanções, acrescentando que a situação ainda se pode agravar mais, segundo a agência de notícias Interfax.

O MNE russo advertiu também que continuidade da política "de confronto" dos EUA em relação à Rússia pioraria ainda mais os laços diplomáticos e sugeriu que se adotasse uma "abordagem realista com base na igualdade, levando em conta os interesse mútuos".

A Rússia, por seu lado, concordou em retirar Victoria Nuland da lista de autoridade norte-americanas sancionadas para permitir a visita, tendo os EUA respondido com um visto para Konstantin Vorontsov, um diplomata russo que lida com questões de controlo de armas, para poder participar na reunião desta semana nas Nações Unidas, disse Sergei Ryabkov, de acordo com a agência de notícias RIA-Novosti.

Victoria Nuland chegou hoje a Moscovo para uma visita de três dias, na qual serão abordadas questões bilaterais, regionais e globais.

A Embaixada norte-americana na Rússia descreveu no Twitter como "construtivas" as reuniões da subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, sem adiantar pormenores.

Depois da reunião de hoje, entre outros assuntos, Sergei Ryabkov disse que foram abordadas as negociações sobre o controlo de armas e a situação no Afeganistão.

Sergei Ryabkov explicou à agência de notícias Interfax que "os EUA e os seus aliados são os principais responsáveis, entre os atores estrangeiros, por normalizar a vida no Afeganistão, uma vez que a sua presença levou à atual situação".

O diplomata russo descreveu a conversa como "direta e profissional", salientando a forte oposição de Moscovo a qualquer presença dos EUA nas antigas nações soviéticas na Ásia Central, após a retirada norte-americana do Afeganistão.

Sobre outras questões, Sergei Ryabkov disse que Moscovo expressou preocupação sobre o acordo dos submarinos com propulsão nuclear AUKUS, entre os EUA, o Reino Unido e a Austrália, devido aos acordos internacionais de não proliferação não nuclear.

Os EUA e os seus aliados esperavam negociar acordos base, direitos de voos espaciais e partilha de inteligência com o Uzbequistão e o Tajiquistão, que fazem fronteira com o Afeganistão ou outras nações da antiga União Soviética na Ásia Central.

Mas a Rússia, que manteve estreitas relações políticas, económicas, de segurança e militares com os países da Ásia Central, irritou-se com os EUA.

Durante a visita a Moscovo, Victoria Nuland irá se reunir também com o chefe adjunto da de gabinete do Kremlin, Dmitry Kozak, que atua como representante de Vladimir Putin na Ucrânia.

Os EUA defenderam a Ucrânia após a anexação da península da Crimeia pela Rússia em 2014 e ao apoio dos russos a uma rebelião separatista no coração industrial do território ucraniano.

Leia Também: UE renova sanções à proliferação de armas químicas até outubro de 2020

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