Quinze reféns raptadas pelo Boko Haram na Nigéria conseguem fugir
Seis mulheres e nove crianças, raptadas por elementos do grupo extremista Boko Haram durante ataques no nordeste da Nigéria, conseguiram fugir após meses em cativeiro, de acordo com responsáveis do estado do Borno.
© Getty Imagens
Mundo Nigéria
Os 15 reféns libertados reuniram-se com o governador do Borno, Babagana Zulum, na capital do estado, Maiduguri.
"Hoje é um dos nossos momentos mais felizes por vermos estas jovens e mulheres, que foram raptadas pelos rebeldes", disse Babagana Zulum na segunda-feira, atribuindo a sua liberdade a "orações e programas de reconciliação e reintegração em curso" no estado de Borno.
O governador sublinhou que esperava uma "paz absoluta", que pusesse fim à insurreição extremista de 10 anos, devido à qual já morreram milhares de pessoas e muitas outras foram raptadas.
As 15 mulheres e crianças foram raptadas em dois momentos diferentes, um deles em outubro de 2020 e o outro em maio deste ano, quando os terroristas atacaram as aldeias onde viviam nos estados de Borno e Adamawa, ambos muito afetados pela violência extremista, explicou, por seu lado, Zuwaira Gambo, comissária para os assuntos das mulheres no estado de Borno.
As mulheres e crianças caminharam durante seis dias, através da floresta de Buni Yadi, até serem descobertas pelas forças de segurança e levadas para um local seguro, no estado de Borno, adiantou Gambo.
O Boko Haram e elementos dos Estado Islâmico na África Ocidental têm como alvo mulheres e crianças nos ataques realizados no nordeste da Nigéria. Assim, mais de 1.000 crianças foram raptadas desde 2013, de acordo com a agência de desenvolvimento da ONU. Este dado inclui o rapto de 276 raparigas de uma escola em Chibok, em 2014, que provocou a indignação internacional, e das quais 100 ainda estão desaparecidas.
"As mulheres raptadas foram sujeitas a violência e abuso e utilizadas como espiãs, combatentes e bombistas suicidas", disse o PNUD num relatório de 2020.
"As mulheres que escaparam ou foram libertadas nem sempre são bem-vindas de volta às suas comunidades e as que regressam do cativeiro ou estiveram envolvidas com grupos armados não têm acesso aos programas de formação, aconselhamento e reintegração, que visam os homens", salientou-se no relatório.
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