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Arábia Saudita, Bahrein e Emirados chamam Qatar

Três monarquias do Golfo chamaram hoje os respetivos embaixadores em Doha, numa escalada de tensão sem precedentes com o Qatar, seu parceiro do Conselho de Cooperação do Golfo, acusado de apoiar a amplamente banida Irmandade Muçulmana.

Arábia Saudita, Bahrein e Emirados chamam Qatar
Notícias ao Minuto

16:38 - 05/03/14 por Lusa

Mundo Golfo

A potência regional Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein indicaram que a decisão foi tomada em protesto contra a alegada ingerência do Qatar nos seus "assuntos internos".

Doha disse que lamentava que os diplomatas tivessem sido chamados, mas acrescentou que não mandaria regressar os seus embaixadores naqueles países.

O Governo do Qatar afirmou que a decisão das três monarquias se relacionava com "diferenças sobre matérias fora do âmbito do Conselho de Cooperação do Golfo", numa aparente referência a políticas divergentes sobretudo em relação ao Egito.

"A medida adotada pelos irmãos da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein não tem nada que ver com os interesses dos povos do Golfo, a sua segurança e estabilidade", indicou o conselho de ministros em comunicado.

A chamada dos embaixadores seguiu-se ao que a imprensa descreveu como uma reunião "tempestuosa", na terça-feira à noite, dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) em Riade.

O diário pan-árabe Al-Hayat noticiou que a "maratona" de conversações durou nove horas, devido a "divergências sobre vários assuntos, entre os quais as relações entre Estados do Golfo".

A Bolsa do Qatar fechou em queda de 2,09 por cento na sequência da decisão.

Os Estados membros do CCG "efetuaram esforços maciços para contactar o Qatar a todos os níveis para chegar a acordo sobre uma política unificada... para assegurar a não-ingerência, direta ou indireta, nos assuntos internos de qualquer Estado membro", anunciaram as três monarquias numa declaração conjunta.

No documento, pediram igualmente ao Qatar, um claro apoiante da Irmandade Muçulmana, que se encontra banida da maioria dos Estados do Golfo, "para não apoiar qualquer partido cujo objetivo seja ameaçar a segurança e a estabilidade de qualquer membro do CCG", referindo-se a campanhas antagonistas nos 'media'.

Críticos acusam a influente estação televisiva Al-Jazira, sediada em Doha, de fazer uma cobertura parcial, a favor da Irmandade Muçulmana, e vários dos seus jornalistas estão a ser julgados no Egito por alegadamente apoiarem esse grupo.

Na declaração, sublinha-se que, apesar do compromisso do emir do Qatar, xeque Tamim bin Hamad al-Thani, à não-ingerência, assumido durante a mini-cimeira em Riade, no ano passado, com o emir do Kuwait e o monarca da Arábia Saudita, Doha falhou em cumpri-lo.

Durante a reunião tripartida em Riade, a 23 de novembro último, o emir do Kuwait, xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah, tentou amenizar as tensões entre o rei saudita, Abdullah, e o xeque Tamim.

A Arábia Saudita e outras monarquias do Golfo há muito que consideram a Irmandade Muçulmana hostil, temendo que o seu tipo de ativismo e Islão político possam minar a sua autoridade.

A maioria dos Estados do Golfo saudou a destituição do Presidente egípcio islâmico Mohamed Morsi, em julho do ano passado, e garantiu milhares de milhões de dólares em ajuda, ao passo que o Qatar, que apoiou fortemente Morsi, viu a sua influência no Cairo evaporar-se.

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