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Egito recebe primeiro-ministro israelita na primeira cimeira em 10 anos

O Egito - o mais populoso país árabe e também o primeiro a assinar um acordo de paz com Israel - recebe hoje o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, na primeira cimeira entre os dois países em mais de 10 anos.

Egito recebe primeiro-ministro israelita na primeira cimeira em 10 anos
Notícias ao Minuto

14:21 - 13/09/21 por Lusa

Mundo Naftali Bennett

Fazendo fronteira a leste com a Faixa de Gaza e com Israel, o Egito mediou o conflito entre o grupo Hamas e as autoridades israelitas, em maio, pelas suas fortes ligações a ambas as partes.

A partir de 1979, com o tratado de paz com Israel, o Egito passou a receber regularmente o movimento Hamas, bem como a rival Autoridade da Palestina, liderada por Mahmoud Abbas, enquanto mantém relações diplomáticas, comerciais e de segurança com o Estado judaico.

Dez dias depois de receber Abbas, o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, recebe hoje Naftali Bennett, revivendo cimeiras que eram frequentes até 2011, mas que deixaram de se realizar desde então.

Sissi e Bennet devem discutir "os esforços para relançar o processo de paz" entre israelitas e palestinianos, disse o porta-voz da presidência egípcia, Bassam Radi.

No domingo, quando se ofereceu para melhorar as condições de vida dos moradores de Gaza em troca de compromissos de paz por parte do Hamas, o chefe da diplomacia israelita, Yair Lapid, lembrou mais uma vez "a importância vital do Egito" para se chegar a uma solução.

Lapid disse mesmo que essa solução "não verá a luz do dia sem o apoio e envolvimento dos parceiros egípcios ou sem a sua capacidade de falar com todas as partes envolvidas".

A visita de Bennett marca um "passo importante para o desenvolvimento das relações económicas e de segurança" entre os dois países, bem como para a situação de Gaza, explicou Nael Shama, especialista em política externa egípcia.

Em 2019, numa entrevista ao canal televisivo norte-americano CBS, Sissi admitiu que o seu exército estava a cooperar com Israel contra os "terroristas" no norte do Sinai, dizendo que se tratava da articulação mais próximas que alguma vez existiu entre os dois países.

Graças ao tratado de paz que pôs fim ao conflito entre os dois países, o Egito recuperou a sua soberania sobre a península do Sinai, ocupada por Israel desde 1967 - com a condição, porém, de que fosse desmilitarizada.

Contudo, o Egito enfrenta desde 2013 um movimento insurgente liderado por um ramo do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), que questionou a solução encontrada.

Os dois países também desenvolveram laços no campo da energia, uma grande aposta estratégica no Mediterrâneo Oriental, e desde 2020, o Egito recebe gás natural de Israel para liquefazer e reexportar para a Europa - um acordo avaliado em 13, 3 bilhões de euros.

Israel e Egito são também dois dos principais aliados de Washington no Médio Oriente e beneficiam de significativa ajuda militar dos EUA.

É também junto do Governo norte-americano de Joe Biden que o Cairo tem procurado sinalizar o seu papel na estabilização do conflito entre palestinianos e israelitas.

Leia Também: Egito. ONG revela que forças de segurança fazem execuções extrajudiciais

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