Músico ruandês Jay Polly morre quando se encontrava sob detenção

O músico ruandês Jay Polly, detido desde abril depois de ter sido preso durante uma festa proibida onde foram encontradas drogas, morreu em circunstâncias indeterminadas, anunciou hoje o hospital para onde tinha sido transferido durante a última noite.

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© Instagram/Jay Polly

Lusa
02/09/2021 12:05 ‧ 02/09/2021 por Lusa

Mundo

Jay Polly

 

Jay Polly, um "rapper" cujo verdadeiro nome é Joshua Tuyishimiye, chegou ao hospital por volta das 03:00 desta quinta-feira, disse à agência France-Presse Pascal Nkubito, diretor do Hospital Muhima, na capital do Ruanda, Kigali.

"Ele estava em estado crítico e inconsciente. Os médicos tentaram reanimá-lo, mas infelizmente morreu pouco depois. Foi declarado morto por volta das 03:30 da manhã", explicou a mesma fonte.

"Não quero especular sobre a causa de morte. Saberemos após a autópsia", acrescentou ainda.

Joshua Tuyishimiye, 33 anos, foi preso em abril último em sua casa com várias outras pessoas, durante uma festa que o músico organizava.

As festas são estritamente proibidas no Ruanda devido a restrições impostas no quadro da covid-19. As pessoas detidas nessas circunstâncias são obrigadas a passar uma noite em estádios, onde são transmitidas instruções relativas à covid-19 através de altifalantes, ou são simplesmente detidas.

A polícia ruandesa fez saber que Joshua Tuyishimiye e convidados seus foram encontrados "a beber e a abusar de drogas". "Entre os infratores encontravam-se também três cidadãos estrangeiros, que foram encontrados com falsos certificados de teste covid-19 negativos", indicou o porta-voz da polícia, John Bosco Kabera.

O músico tinha sido presente em tribunal esta quarta-feira, numa audiência em que foi agendada para o próximo dia 2 de dezembro a data do seu julgamento por uso de drogas.

Joshua Tuyishimiye tinha pedido a sua libertação, com o fundamento de que o período máximo para a sua detenção preventiva - 30 dias - tinha expirado. Foi-lhe negada a fiança.

Os ruandeses estão a prestar homenagem ao cantor, nomeadamente nas redes sociais, onde é aclamado como um "ícone cultural" do país.

Outro músico, Kizito Mihigo, morreu na prisão em fevereiro de 2020. Cantor gospel, Mihigo era conhecido por ser um crítico feroz do governo ruandês, que tinha proibido a sua música. Foi encontrado enforcado na sua cela. A polícia indicou que havia cometido suicídio.

A ONG Human Rights Watch (HRW) apelou à abertura de uma investigação independente, um apelo que foi rejeitado pelas autoridades ruandesas.

Mihigo, que foi condenado a dez anos de prisão em 2015 por conspirar contra o Governo, para depois ser libertado, tinha sido preso por tentar atravessar a fronteira sul do Ruanda para o Burundi.

Leia Também: Ruanda recebe meio milhão de um total de 500 milhões de vacinas dos EUA

 

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