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Etiópia: EUA impõem sanções contra responsáveis eritreus

Os Estados Unidos da América (EUA) impuseram hoje novas sanções devido ao conflito na província etíope de Tigray, quando centenas de milhares de pessoas se encontram em situação de fome devido a uma alegada limitação à ajuda humanitária.

Etiópia: EUA impõem sanções contra responsáveis eritreus
Notícias ao Minuto

19:11 - 23/08/21 por Lusa

Mundo Etiópia

Num comunicado, o Departamento do Tesouro norte-americano afirmou que Filipos Woldeyohannes, responsável nas forças de defesa da Eritreia, foi sancionado por liderar uma entidade acusada de "atos grosseiros", incluindo massacres, agressões sexuais generalizadas e execução de crianças, segundo a agência Associated Press (AP).

O comunicado insta novamente a Eritreia a retirar os seus soldados de Tigray de forma permanente.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019, lançou uma intervenção militar em 04 de novembro para derrubar a Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF, na sigla em inglês), o partido eleito e no poder no estado.

O Exército federal etíope foi apoiado por forças da Eritreia. Depois de vários dias, Abiy Ahmed declarou vitória em 28 de novembro, com a captura da capital regional, Mekele, frente à TPLF, partido que controlou a Etiópia durante quase 30 anos.

Em 28 de junho, Adis Abeba anunciou um cessar-fogo unilateral, aceite, em princípio, pelas forças de Tigray.

No entanto, os combates continuaram e as forças eritreias são acusadas de conduzirem vários massacres e crimes sexuais.

De acordo com testemunhas citadas pela AP, entre os abusos estão violações em massa, destruição de centros de saúde ou queima de colheitas.

Na declaração hoje emitida, os Estados Unidos acusaram as forças de defesa eritreias de terem disparado "propositadamente contra civis nas ruas e efetuado buscas sistemáticas de casa em casa", executando homens e rapazes e expulsando famílias de Tigray das suas próprias casas.

No início do ano, Washington tinha já assinalado que estava a perder a paciência com a Etiópia, o segundo país mais populoso de África, chegando a suspender milhões de dólares em ajuda a um aliado-chave da segurança na região do Corno de África.

Em resposta, a Eritreia rejeitou as sanções dos EUA, apelidando-as de "totalmente infundadas" e de serem uma "chantagem expressa" contra Filipos Woldeyohannes.

No último mês, os conflitos alastraram-se para as regiões vizinhas de Afar e Amhara.

As organizações de ajuda humanitária queixam-se que, apesar do cessar-fogo, o acesso continua limitado, sendo constrangido pela insegurança e por bloqueios administrativos.

Em 01 de junho, o Programa Alimentar Mundial advertiu que um total de 5,2 milhões de pessoas, mais de 90% da população de Tigray, necessita de assistência alimentar de forma urgente devido ao conflito.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 100.000 crianças poderão sofrer de desnutrição aguda potencialmente mortal durante os próximos 12 meses -- 10 vezes a média anual.

Leia Também: Etiópia: Ajuda humanitária continua limitada por insegurança, reforça ONU

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