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Clérigos xiitas e sunitas reunidos para estabilizar Iraque

Mais de vinte clérigos iraquianos dos dois maiores ramos do Islão, o sunismo e o xiismo, reuniram-se hoje na cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita, para aproximar posições e tentar ajudar a estabilizar o Iraque.

Clérigos xiitas e sunitas reunidos para estabilizar Iraque
Notícias ao Minuto

19:38 - 04/08/21 por Lusa

Mundo Iraque

Trata-se da primeira reunião deste tipo desde a queda do regime do líder iraquiano Saddam Hussein em 2003, ou seja, há quase duas décadas.

O encontro, realizado sob os auspícios do Governo saudita e organizado pela Liga Mundial Islâmica (LMI), com sede em Meca, acontece dois meses antes da realização de eleições antecipadas no Iraque, previstas para 10 de outubro.

Este escrutínio já foi adiado por três vezes devido a "problemas técnicos" e desavenças políticas e ideológicas.

"Uma reunião histórica que conta com a participação, pela primeira vez, dos clérigos sunitas e xiitas de referência do povo iraquiano", destacou a LMI, numa mensagem publicada na rede social Twitter, a propósito do encontro.

Os líderes religiosos concordaram em "trabalhar para o diálogo e para a coexistência" entre os diferentes ramos e confissões iraquianas, segundo um comunicado emitido após o encontro, citado pelos 'media' sauditas e reproduzido pelas agências internacionais.

"Foi acordado abrir o diálogo (entre sunitas e xiitas) e criar uma entidade para uma comunicação civilizada entre os ramos e as religiões da nossa sociedade (...), e prestar atenção à jurisprudência da paz para contribuir para a construção de uma boa sociedade alicerçada na convivência e na paz comunitária", acrescentou a nota informativa.

Esta reunião foi realizada cerca de três semanas depois de o influente clérigo xiita Moqtada al-Sadr ter declarado que não irá participar nas eleições antecipadas de outubro, apesar da sua coligação ter sido a grande vencedora nas eleições de 2018.

Na mesma ocasião, o influente clérigo xiita iraquiano também afirmou que não irá apoiar nenhum partido político no escrutínio, realizado num momento em que o Iraque está marcado, segundo o próprio, por "aflição, corrupção e injustiça".

Durante a reunião de hoje em Meca, o secretário-geral da LMI, o saudita Mohamed Abdel Karim al Isa, expressou o seu apoio ao primeiro-ministro iraquiano, Mustafa Al-Kadhimi, ao destacar que o seu executivo deu "importantes passos para fortalecer a identidade (unificada) do Iraque" no meio de divergências religiosas e políticas.

Este encontro também acontece alguns dias depois do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, ter anunciado, junto ao primeiro-ministro iraquiano, uma "nova fase" da presença militar norte-americana no Iraque, com o fim da "missão de combate" até ao fim do ano.

O Iraque conta com uma população de cerca de 40 milhões de habitantes, composta por diferentes etnias e confissões religiosas, entre as quais os xiitas representam 60% e os sunitas 30%.

Após a queda do regime de Saddam Hussein, que esteve no poder desde 1979 até ser deposto e que perseguiu xiitas e curdos durante esse período, e a ocupação do Iraque pelos EUA, um conflito sectário teve início neste país do Médio Oriente e desencadeou uma guerra civil.

Leia Também: EUA dão mais 4 meses ao Iraque para importar energia do Irão sem sanções

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