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Catalunha. Campanha termina hoje com incerteza sobre o futuro governo

A campanha para as eleições de domingo na Catalunha termina hoje com a incógnita de se os independentistas continuarão à frente do governo regional, como nos últimos 14 anos, ou se se abre uma nova etapa liderada pelos socialistas.

Catalunha. Campanha termina hoje com incerteza sobre o futuro governo
Notícias ao Minuto

06:45 - 10/05/24 por Lusa

Mundo Catalunha

As últimas sondagens são já de segunda-feira passada - a lei espanhola não permite estudos destes nos cinco dias anteriores às eleições - e davam todas uma vitória clara ao Partido Socialista, mas sem maioria absoluta.

Para chegar ao Governo, o candidato socialista, Salvador Illa, precisa de negociar com outros partidos, incluindo independentistas que em Madrid têm apoiado o governo do primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez, mas na Catalunha se aliam há 14 anos consecutivos para garantirem sempre executivos nacionalistas e separatistas.

As sondagens diziam porém na segunda-feira que este ano não há garantia de maioria absoluta independentista no parlamento catalão, lançando a dúvida em relação à possibilidade de uma nova 'geringonça' separatista e ainda mais incerteza em relação ao cenário pós-eleitoral.

Em segundo lugar nas sondagens surgia o Juntos pela Catalunha (JxCat), do ex-presidente autonómico Carles Puigdemont, que vive na Bélgica desde 2017 para escapar à justiça espanhola após ter protagonizado uma declaração unilateral de independência.

À espera de que seja definitivamente aprovada e entre em vigor uma lei de amnistia que negociou com os socialistas, Puigdemont, que fez a campanha a partir do sul de França, pretende regressar à Catalunha em breve e é, à partida, o candidato com mais possibilidades de liderar um novo governo regional independentista.

Tanto Carles Puigdemont como Salvador Illa, o ministro da Saúde de Espanha no primeiro ano da pandemia, ganharam terreno nas últimas semanas, segundo a evolução das sondagens, em detrimento do atual presidente regional, Pere Aragonès, da também independentista Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que surgiu nos estudos mais recentes em terceiro lugar depois de ter iniciado a campanha a disputar o segundo com o JxCat.

Illa admitiu durante a campanha um acordo com a ERC, mas disse que só recusa falar com a extrema-direita; Puigdemont apelou à unidade independentista e garantiu que jamais fará presidente da Generalitat o socialista; Aragonès não se comprometeu nem rejeitou qualquer cenário, incluindo o de não haver alianças com nenhuma parte, o que abriria a porta a um bloqueio político e à repetição das eleições no outono.

Os cenários são ainda mais incertos por causa dos quase 40% de indecisos que apareciam numa das sondagens.

O desfecho das eleições na Catalunha de 12 de maio poderá ter impactos diretos na estabilidade política de Espanha, por o Governo nacional depender do apoio parlamentar dos dois maiores partidos independentistas da região.

A ERC já disse que os resultados e eventuais acordos pós-eleitorais não põem em causa os compromissos assumidos em Madrid. Já Puigdemont ameaçou retirar o apoio a Sánchez se os socialistas aceitarem os votos do Partido Popular (PP, direita espanhola) para inviabilizarem um executivo regional liderado por independentistas, como aconteceu no ano passado na câmara municipal de Barcelona.

À frente do Governo de Espanha desde 2018, o Partido Socialista Espanhol (PSOE) de Pedro Sánchez concedeu indultos aos separatistas condenados pela tentativa de autodeterminação de 2017, mudou o código penal para acabar com o delito de sedição de que outros estavam acusados (como Puigdemont) e avançou agora com uma amnistia.

Estas medidas foram negociadas com a ERC - que viabilizou todos os governos de Sánchez desde 2018 - e, no caso da amnistia, também com o JxCat, de que passou também a depender, no ano passado, para continuar no poder.

Estes acordos parecem estar agora a ser capitalizados eleitoralmente pelos socialistas e por Puigdemont, mas não pela ERC. Mas embora previsivelmente perdedora, poderá ser precisamente a ERC a ficar com a chave do poder na Catalunha no domingo.

Leia Também: Dois partidos de extrema-direita podem ter deputados na Catalunha

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