"O país está confrontado com desafios que exigem a formação de um Governo o mais rapidamente possível", declarou o chefe de Estado Rumen Radev, e quando a formação vencedora procura garantir uma maioria sólida no parlamento.
"Chegou o momento para que os búlgaros saibam qual o nome do seu primeiro-ministro", acrescentou Radev perante os jornalistas.
Após as manifestações históricas contra os alegados atos de corrupção do primeiro-ministro conservador cessante, Boiko Borissov, os búlgaros foram convocados para um primeiro escrutínio em 14 de abril.
O partido conservador Cidadãos pelo Desenvolvimento Europeu da Bulgária (Gerb), liderado por Borissov, venceu as legislativas sem maioria, e pela primeira vez não conseguiu formar uma coligação devido à recusa dos restantes partidos.
Perante o impasse, o Presidente, próximo dos socialistas, designou um executivo de transição e marcou novas eleições para 11 de julho.
Este gabinete "técnico" de transição acabou por revelar novos casos de corrupção durante a campanha, o que favoreceu a "estrela" Slavi Trifonov, um cantor com um discurso antissistema, em detrimento de Borissov.
Sem experiência política, já referiu não pretender assumir a chefia do Executivo, após o ITP, que dirige, ter garantido 65 dos 240 deputados, num parlamento fragmentado.
O seu partido pretende formar um Governo minoritário e garantir a maioria dos deputados no parlamento em torno de um programa consensual. Atualmente, mantém conversações com toda a oposição, à exceção de Boiko Borissov.
No entanto, nos últimos dias, as tensões políticas regressaram, com duas formações anticorrupção a referirem abertamente que Trifonov protege, mas sem o referir, os interesses de Movimento dos direitos e liberdades (DSP), o partido que representa a minoria turca da Bulgária (cerca de 9% da população) e que elegeu 29 deputados.
Acusado de controlar o procurador para proteger a oligarquia, o DSP foi muito influente no passado devido ao sistema proporcional, e o seu apoio revelou-se indispensável à maioria dos governos desde o regresso do sistema multipartidário em 1989.
Devido a estas alegações, o ITP Já foi forçado a retirar um candidato ao cargo de primeiro-ministro, por ter participado em governos apoiados pelo DSP.