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Prisioneiro de Guantánamo repatriado reúne-se com família após 19 anos

O cidadão marroquino que foi repatriado após ter estado preso 19 anos na base militar norte-americana de Guantánamo, em Cuba, reuniu-se com a família depois de ter sido interrogado pela polícia de Marrocos, informou o seu advogado.

Prisioneiro de Guantánamo repatriado reúne-se com família após 19 anos
Notícias ao Minuto

06:29 - 21/07/21 por Lusa

Mundo Marrocos

"Está agora com a família que não via há quase duas décadas", disse a defesa, Khalil Idrissi, acrescentando que Abdullatif Nasser "quer apenas recuperar a sua vida antiga".

Abdullatif Nasser, de 56 anos, é o primeiro prisioneiro da penitenciária de Guantánamo a ser repatriado sob a Administração Biden.

Ao chegar a Marrocos, na segunda-feira, Nasser foi interrogado pela Divisão Nacional da Polícia Judiciária de Casablanca "por suspeita de terrorismo" antes de ser libertado.

Khalil Idrissi indicou que não espera nenhuma ação judicial contra o seu cliente.

De acordo com informações do Pentágono, Abdullatif Nasser havia sido membro de um grupo ilegal sufi marroquino não violento, na década de 1980.

Abdullatif Nasser foi recrutado para lutar na Chechénia, mas acabou por ir parar ao Afeganistão, onde treinou num acampamento do grupo terrorista Al Qaeda.

No Afeganistão, Nasser foi capturado após conflitos com as forças norte-americanas e encaminhado para Guantánamo em maio de 2002.

A libertação de Abdellatif Nacer, que nunca foi acusado, tinha sido recomendada pelo Governo do ex-Presidente Barack Obama em 2016, "sujeita a garantias de segurança e de tratamento humano", segundo o Pentágono, mas o marroquino ainda permaneceu preso durante a presidência do seu sucessor, Donald Trump.

Barack Obama ordenou o encerramento de Guantánamo em janeiro de 2009, logo no início do seu primeiro mandato, com o objetivo de que os presos fossem julgados por tribunais civis, mas a decisão acabou chumbada no Congresso.

Perante esse cenário, Obama preferiu soltar discretamente centenas de detidos cuja libertação tinha sido aprovada pelo Conselho de Revisão da Presidência, mas essas libertações foram interrompidas por Donald Trump.

Em abril, a Casa Branca disse que o ex-vice-Presidente de Barack Obama, Joe Biden, que chegou este ano à presidência, "continua comprometido" com o encerramento de Guantánamo.

Biden "está empenhado em seguir um processo cuidadoso para reduzir responsavelmente o número de detidos em Guantánamo, preservando a segurança dos Estados Unidos e dos seus aliados", disse também hoje o Departamento de Estado.

A prisão de Guantánamo foi inaugurada em 2002, em território norte-americano em Cuba, para deter integrantes do movimento terrorista Al-Qaeda, bem como outros alegados cúmplices dos autores dos atentados de 11 de setembro de 2001.

A prisão tornou-se um embaraço para Washington, sendo apontada como um local de detenções ilegais e violações de direitos humanos, tendo chegado a conter cerca de 800 "prisioneiros de guerra", alguns deles torturados em locais secretos da CIA, antes de serem transferidos para Guantánamo, e apenas 10 deles foram acusados formalmente.

Leia Também: Centenas de marroquinos fazem cair divisão com Ceuta com pedidos de asilo

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