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Ex-detido de Guantanamo preso por terrorismo na Síria

A polícia britânica deteve hoje o ex-prisioneiro da Baía de Guantanamo Moazzam Begg e mais três pessoas, na última de uma série de detenções relacionadas com alegados crimes terroristas na Síria.

Ex-detido de Guantanamo preso por terrorismo na Síria
Notícias ao Minuto

16:57 - 25/02/14 por Lusa

Mundo Grã-Bretanha

Begg, que passou três anos no centro de detenção norte-americano em Cuba antes de ser libertado sem acusações em 2005, foi preso pelas autoridades de contraterrorismo na cidade central inglesa de Birmingham.

O homem de 45 anos, que é agora um assumido ativista dos direitos humanos, foi detido em casa por suspeita de ter frequentado um campo de treino terrorista e de facilitar o terrorismo no estrangeiro, disse a polícia de West Midlands.

Begg escrevera num blog, no início de fevereiro, sobre a realização de duas viagens à Síria em 2012 para investigar acusações de cumplicidade ocidental em casos de tortura e afirmou que as autoridades britânicas tinham recentemente confiscado o seu passaporte.

Uma mulher de 44 anos e o seu filho de 20 foram detidos por suspeita de auxílio ao terrorismo no estrangeiro, bem como um homem de 36 anos, num outro local, indicou a polícia.

"Podemos confirmar que Moazzam Begg foi detido", disse uma porta-voz da polícia de West Midlands, citada pela agência de notícias francesa, AFP.

"Estamos a confirmar o nome dele devido ao esperado grande interesse do público. Trata-se de uma detenção, não de uma acusação, e o facto de divulgarmos o seu nome não significa que seja culpado", acrescentou.

Em 2001, Moazzam Begg mudou-se com a mulher e três filhos para o Afeganistão, onde insistiu em que estava apenas envolvido em atividades humanitárias, mas fugiu para o Paquistão quando a ofensiva militar liderada pelos Estados Unidos derrubou os talibãs, após o 11 de Setembro.

Foi detido em Islamabad como um "combatente inimigo" em fevereiro de 2002 e levado para a prisão de Bagram, no Afeganistão, onde esteve cerca de um ano e afirma que foi espancado.

As autoridades norte-americanas libertaram-no, juntamente com outros três britânicos, em janeiro de 2005 e foi-lhe permitido regressar à Grã-Bretanha, onde foi detido pela polícia e depois libertado sem acusação.

Begg é agora diretor do Cage, um grupo que defende os direitos dos prisioneiros.

A polícia declarou que todos os suspeitos, incluindo Begg, foram detidos nas respetivas residências "por suspeita de crimes terroristas relacionados com a Síria" e estão sob custódia numa esquadra policial na área de Birmingham.

Os países europeus confrontam-se com um crescente número de jovens que vão lutar para a Síria, onde decorre uma guerra civil que envolve as forças do Presidente, Bashar al-Assad, rebeldes e combatentes islâmicos.

A Grã-Bretanha tem assistido a um enorme aumento de detenções relacionadas com a Síria nos últimos meses, mas Begg foi o primeiro ex-prisioneiro de Guantanamo a ser detido no país devido a uma ligação com a Síria.

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