O governante, que liderou o país de 1995 a 1997, 2001 a 2002, 2004 a 2005 e 2017 a 2018, recebeu 165 votos a favor, face aos 83 votos contra e apenas uma abstenção.
"Declaro que a moção do voto de confiança apresentada pelo primeiro-ministro Sher Bahadur Deuba foi apoiada pela maioria", anunciou o presidente do Parlamento nepalês, Agni Sapkota, após a contabilização dos votos.
Deuba, de 75 anos, foi designado na terça-feira como primeiro-ministro do Nepal, pela quinta vez na história, na sequência da destituição do seu antecessor, o comunista Khadga Prasad Sharma Oli, que liderou o Governo mais duradouro do país em décadas.
No entanto, para garantir o cargo, Deuba teria de conquistar o voto de confiança dos deputados nos 30 dias posteriores à sua nomeação, tendo aproveitado a primeira sessão parlamentar para realizar a votação, encabeçando assim o Governo nepalês até às próximas eleições gerais, programadas para novembro de 2022.
A designação de Deuba ocorreu devido à perda de confiança do seu antecessor perante o Parlamento, no passado mês de março, o que colocou em dúvida a continuidade do seu Governo no país dos Himalaias.
Khadga Prasad Sharma Oli chegou ao poder em fevereiro de 2018, com uma maioria de quase dois terços no Parlamento, após a fusão com os maoistas, formando, desta forma, o Partido Comunista do Nepal.
Contudo, alguns confrontos com o líder da ala maoista do partido, o ex-chefe guerrilheiro Pushpa Kamal Dahal, para conquistar plenos poderes, fizeram com que a coligação que o manteve no cargo se desmoronasse.
Para se manter no poder, Oli tentou por duas vezes, em dezembro e em fevereiro, dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, mas o Supremo Tribunal Federal reverteu essa decisão nas duas ocasiões, decidindo, no passado domingo, não só a restituição do Parlamento, como a destituição de Oli e a designação de Deuba.
Leia Também: Delta. Primeiros casos no país associados a viagens à Índia e ao Nepal