As regiões de Oromia, a maior da Etiópia, Sidama e das Nações, Nacionalidades e Povos do Sul (SNNPR, em inglês), mobilizaram as suas tropas, segundo noticiado pela agência France-Presse.

"As forças especiais regionais de Oromia e Sidama avançaram para a linha da frente. As forças especiais de Sidama chegaram à linha da frente", reportou a agência Fana BC, acrescentando que também as forças da SNNPR tinham chegado.

O número de militares destacados ainda não é conhecido. Um porta-voz militar contactado pela agência noticiosa por telefone recusou-se a responder a perguntas sobre as operações em curso.

Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019, lançou uma intervenção militar em 04 de novembro para derrubar a Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF), o partido eleito e no poder no estado.

O Exército federal etíope foi apoiado por forças da Eritreia. Depois de vários dias, Abiy Ahmed declarou vitória em 28 de novembro, com a captura da capital regional, Mekele, frente à TPLF, partido que controlou a Etiópia durante quase 30 anos.

No entanto, os combates continuaram e as forças eritreias são acusadas de conduzirem vários massacres e crimes sexuais.

Em 28 de junho, Adis Abeba anunciou um cessar-fogo unilateral, aceite, em princípio, pelas forças de Tigray.

Esta semana, as denominadas Forças de Defesa de Tigray (TDF, na sigla em inglês) lançaram uma ofensiva no sul e oeste da região para expulsar as forças da vizinha região de Amhara do território.

Em resposta, as forças de segurança e milícias de Amhara mobilizaram-se em massa, com um porta-voz desta região a dizer, na quarta-feira, que iriam entrar na ofensiva para reconquistar o terreno.

A declaração surgiu horas depois de Abiy Ahmed ter prometido "repelir" os ataques dos inimigos da Etiópia.

O presidente da região de Oromia, Shimeles Abdisa, afirmou hoje em conferência de imprensa que a liderança em Tigray pretende "desestabilizar" todo o país.

"Condenamos nos termos mais fortes aqueles que estão a trabalhar arduamente para trazer este grupo terrorista [TPLF] de volta à vida. Temos de nos unir para fazer o que for preciso para o neutralizar", disse Shimeles.

Leia Também: Abiy Ahmed promete "repelir ataques" após nova ofensiva do Tigray