"Expresso a minha gratidão à equipa do Ministério do Interior pelos anos de trabalho conjunto. Obrigado a cada oficial, soldado e funcionário", lê-se numa declaração concisa do ministro demissionário divulgada na página da Internet do Ministério e acompanhada de uma cópia digitalizada da sua carta de demissão.
Em funções desde 2014, Avakov é o ministro do Interior da história da Ucrânia pós-soviética que mais tempo ocupou o cargo.
Agora, cabe ao parlamento aceitar a demissão do peso pesado político de 57 anos, e os deputados poderão fazê-lo na quarta ou na quinta-feira.
Avakov tem sido amplamente considerado um dos mais influentes membros governamentais na Ucrânia: ocupou a pasta do Interior em quatro executivos diferentes e sob dois Presidentes, mantendo-se no cargo apesar das frequentes remodelações e numerosas acusações de corrupção.
O seu filho foi detido por um breve período em 2017, no âmbito de uma investigação sobre o alegado desvio de fundos do Estado atribuídos ao Ministério do Interior para a compra de equipamento para a Guarda Nacional da Ucrânia.
"Poderá haver mil razões para a demissão [de Avakov]", declarou Volodymyr Fesenko, analista político de Kiev e dirigente do 'think tank' Penta Center, citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).
"Mas o facto de o próprio Avakov ter escrito a carta de demissão significa que ele pretende manter relações de parceria" com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Ninguém quer ter um peso pesado como Avakov como inimigo", comentou Fesenko.
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