Ali Rabii, porta-voz do Governo, indicou que o alegado ataque visava impedir as negociações em curso em Viena para salvar o acordo nuclear do Irão com as grandes potências (Estados Unidos, que se retiraram unilateralmente do acordo em 2018, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia).
"O regime sionista realizou esta ação para indicar que pode parar o Irão e dizer que não há necessidade de falar com o Irão", disse Rabii.
"Mas sempre que houve uma sabotagem a nossa força aumentou", acrescentou, segundo a IRNA.
O Irão não deu muitos pormenores sobre o ataque, que disse ter tido como alvo um centro nuclear em Karaj, uma cidade a cerca de 40 quilómetros a noroeste de Teerão.
Em 23 de junho, a televisão estatal disse que as autoridades do Irão tinham frustrado nesse dia uma operação de "sabotagem" contra um dos edifícios da Organização Iraniana de Energia Atómica (OIEA).
O incidente em Karaj ocorreu depois de vários ataques suspeitos de sabotagem contra o programa nuclear do Irão.
Em abril, uma fábrica de enriquecimento de urânio em Natanz sofreu um apagão que danificou centenas de centrifugadoras, pelo qual o Irão responsabilizou Israel.
Em resposta, o Irão começou a enriquecer urânio a 60%, nível próximo do necessário para produzir uma bomba atómica e apesar do acordo nuclear de 2015 só permitir à República Islâmica um enriquecimento a 3,67%.
Assinado entre o Irão e os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China - mais a Alemanha), o pacto visava evitar que Teerão obtivesse a arma atómica em troca de um levantamento de sanções.
Em 2018, os Estados Unidos denunciam o acordo e restabelecem duras sanções e no ano seguinte o Irão começa gradualmente a deixar de respeitar os seus compromissos relativos ao pacto.
As negociações em Viena visam para salvar o acordo internacional, com o regresso dos Estados Unidos ao pacto e do Irão ao cumprimento das suas obrigações.
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