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Libéria apresenta iniciativa para criar tribunal de crimes de guerra

Cerca de uma quinzena de organizações da sociedade civil da Libéria apresentaram hoje no parlamento um projeto de lei que, segundo elas, pretende estabelecer um tribunal para julgar crimes cometidos durante mais de 20 anos de guerra civil.

Libéria apresenta iniciativa para criar tribunal de crimes de guerra
Notícias ao Minuto

20:21 - 24/06/21 por Lusa

Mundo Libéria

As organizações tomaram a iniciativa porque, 18 anos após o fim da guerra civil, o debate sobre a criação desse tribunal decorre na praça pública e a Libéria, sob a presidência de Ellen Johnson Sirleaf e, desde 2018, de George Weah, ainda não seguiu as recomendações feitas em 2009 por uma comissão especial.

Esta comissão recomendou, entre outras sugestões, o julgamento de uma série de senhores de guerra e de alegados criminosos.

"Redigimos esta lei para a criação de um tribunal de crimes de guerra. Não só a redigimos, como fizemos 176 cópias para que cada membro do parlamento tenha a sua", afirmou o presidente da Ordem dos Advogados da Libéria, Tiawon Gongloe, citado pela agência France-Presse (AFP).

Gongloe encontra-se entre os representantes de cerca de uma quinzena de organizações -- incluindo organizações cristãs e muçulmanas e sindicatos de estudantes -- que exigiram justiça pelos crimes cometidos desde 1979 e, em particular, durante as guerras civis entre 1989 e 2003.

As organizações assinalaram o recente ressurgimento do interesse por este assunto sensível.

Um tribunal suíço condenou, na semana passada, a 20 anos de prisão um antigo comandante rebelde acusado de múltiplas atrocidades durante as guerras civis da Libéria.

Apesar da pressão da sociedade civil, a Libéria ainda não realizou qualquer julgamento sobre um período que ficou marcado por uma série de massacres de civis, violações, tortura e recrutamento de crianças-soldado.

As guerras civis prejudicaram um dos países mais pobres do mundo e que, uma década mais tarde, foi assolado pela pior epidemia de Ébola registada no mundo.

Várias personalidades diretamente implicadas nestes conflitos ocupam, ainda hoje, posições de destaque na política e na economia liberianas.

Leia Também: Soldado rebelde liberiano Alieu Kosiah condenado a 20 anos de prisão

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