Irão não vai negociar acordo nuclear pelo "prazer de negociar", diz Raisi
O Presidente eleito do Irão, o ultraconservador Ebrahim Raisi, disse hoje que o Governo vai apoiar "qualquer negociação que seja benéfica" para Teerão, mas não irá "negociar pelo prazer de negociar", referindo-se às negociações sobre o programa nuclear.
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Mundo Irão
Na primeira conferência de imprensa desde a vitória nas eleições de sexta-feira, Raisi sublinhou que as negociações têm de alcançar "resultados para o povo iraniano e superar as sanções".
"Os Estados Unidos têm de levantar todas as sanções, opressivas para o povo iraniano", disse ainda Raisi, que ainda dirige a Autoridade Judiciária no país, devendo tomar posse em agosto como chefe de Estado.
Referindo-se ao processo eleitoral, Ebrahim Raisi disse que foi eleito Presidente graças a uma participação "massiva" dos iranianos.
Raisi, 60 anos, foi proclamado vencedor, com 62% dos votos.
As presidenciais ficam marcadas por uma abstenção sem precedentes no país.
A participação eleitoral foi de 48,8%, quando nas últimas eleições, há quatro anos, atingiu os 73%.
Os países do acordo nuclear com o Irão, conhecido como Plano de Ação Conjunta Global, negoceiam na capital austríaca desde o início de abril para encontrar um mecanismo que permita o regresso ao pacto por parte dos Estados Unidos e Irão.
Os Estados Unidos abandonaram o tratado em 2018, por decisão do ex-Presidente Donald Trump, e o Irão começou um ano depois a violar as regras do acordo.
O novo Presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, quer voltar ao acordo nuclear, mas exige que o Irão cumpra todas as suas obrigações. Teerão reclama, por sua vez, o levantamento prévio das novas sanções impostas pelo antecessor de Biden, o republicano Donald Trump.
O acordo nuclear, assinado em 2015, limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento de sanções.
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