Nuclear iraniano: Discussões "aproximam-se" de um acordo
Os negociadores que tentam retomar o acordo sobre o nuclear iraniano "aproximaram-se" do objetivo, mas permanecem alguns obstáculos, indicou hoje um diplomata europeu após uma reunião em Viena e um dia após a eleição presidencial no Irão.
© iStock
Mundo Irão
Reino Unido, China, Alemanha, França, Rússia e Irão iniciaram em abril reuniões sob a égide da União Europeia (UE), com uma participação indireta dos Estados Unidos, para tentar ressuscitar o acordo de 2015.
"Estamos próximos de um acordo, mas ainda não chegámos aí", declarou aos media o diplomata da UE Enrique Mora, numa referência à reunião que ocorreu um dia após a eleição do conservador Ebrahim Raisi para a presidência do Irão.
Enrique Mora assegurou que no próximo ciclo de negociações "as delegações vão chegar das suas capitais com instruções mais claras, ideias mais claras sobre a forma de garantir finalmente um acordo".
Mora não precisou quando vão ser retomadas as discussões, ao assinalar que o principal problema consiste em encontro uma solução "neste delicado equilíbrio" entre o levantamento das sanções norte-americanas ao Irão e a interrupção das atividades nucleares reiniciadas por Teerão.
Na sua perspetiva, a próxima ronda negocial também permitirá fornecer "uma ideia mais clara" do "novo ambiente político" no Irão.
O principal negociador do Irão e vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, tinha indicado previamente que os participantes fariam uma pausa após a reunião de hoje e regressariam às suas capitais, pondo termo a uma sexta ronda de conversações.
"Agora estamos mais próximos que nunca de um acordo. Mas não é fácil percorrer a distância que nos separa de um acordo", declarou à televisão nacional iraniana.
"Nesta fase, é claro quais os domínios, quais as ações que são possíveis, e as que não são. Em consequência, chegou o momento de todas as partes, em particular os nossos homólogos, tomarem a sua decisão final", acrescentou.
O responsável iraniano não precisou durante quanto tempo vão ser interrompidas as negociações.
Em comunicado, Reino Unido, Alemanha e França indiciaram por sua vez que permanecem por "resolver as questões mais difíceis".
"Estas conversações não podem durar eternamente (...) Exortamos todas as partes e regressarem a Viena e estarem preparadas para concluir um acordo", assinalaram.
O acordo sobre o nuclear foi concluído em Viena, em 2015 entre a República islâmica e o designado grupo P5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha), e permitia ao Irão uma suavização das sanções internacionais em troca de garantias que provassem não pretender possuir a arma atómica.
No entanto, e em resposta ao restabelecimento de pesadas sanções pela administração do ex-Presidente dos EUA Donald Trump, o Irão retomou progressivamente o seu programa nuclear a partir de 2019 e sem respeitar os limites impostos pelo acordo de 2015, que considerou adulterado após a decisão de Washington.
Teerão prometeu regressar aos termos do acordo caso os Estados Unidos do atual Presidente Joe Biden -- que disse pretender reintegrar o seu país no acordo de Viena -- levantem as sanções que atingiram fortemente a economia iraniana.
No sábado, o conservador Ebrahim Raisi foi proclamado Presidente após as presidenciais iranianas e deverá suceder em agosto ao moderado Hassan Rohani.
Apesar de proveniente de uma corrente política que se caracteriza pelo antiamericanismo e fortes críticas ao Ocidente, Raisi frisou durante a campanha que a principal prioridade consiste no levantamento das sanções.
Leia Também: Borrell acredita que vitória de Raisi não afetará negociações nucleares
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com