"Estamos prontos para prosseguir com o diálogo se o lado norte-americano também estiver", declarou Putin numa reunião com graduados de um centro de formação de oficiais russos, transmitida pela televisão.
Referindo-se ao encontro com Biden, o Presidente russo estimou que ambos foram "capazes de entender" as posições de Moscovo sobre "questões-chave".
Putin acrescentou que Biden o fez sentir como "um profissional" com quem é preciso trabalhar "com muito cuidado para não perder nada".
O Presidente russo respondia a uma pergunta sobre as habilidades cognitivas do Presidente norte-americano, tendo em conta a avançada idade de Biden (78 anos).
"[Biden] não deixa nada escapar, garanto. Sabe o que quer alcançar e faz isso com muita habilidade, parece muito rápido. Mas, ao mesmo tempo, o ambiente era bastante amigável", afirmou o chefe de Estado russo.
Por outro lado, criticou a porta-voz do Presidente norte-americano, Jen Psaki, referindo-se ao que considera ser o "convencionalismo norte-americano".
"A sua porta-voz é uma mulher jovem, culta e bela, mas continua a misturar tudo. Não que ela não seja educada ou que a sua memória seja má, mas quando as pessoas pensam que algo é secundário, não lhe prestam atenção. Os norte-americanos acreditam que não há nada mais importante do que eles, é o seu estilo", afirmou Putin.
A primeira cimeira entre Putin e Biden foi considerada "construtiva" pelo Presidente russo e "positiva" pelo Presidente norte-americano, com os dois chefes de Estado a tentar concretizar uma diminuição das tensões que têm marcado nos últimos anos as relações bilaterais.
Os resultados mais concretos da cimeira passam pelo estabelecimento, em breve, de um diálogo sobre segurança estratégica, em particular sobre as questões de desarmamento, e o regresso dos embaixadores dos dois países aos respetivos postos.
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, anunciou hoje que o embaixador da Rússia, Anatoly Antonov, vai regressar a Washington na próxima semana.
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