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UE alerta para maior declínio na relação com Rússia

A União Europeia deve preparar-se para um "declínio maior" nas suas relações com a Rússia e procurar desenvolver uma "relação mais previsível e estável", frisa uma comunicação hoje publicada pela Comissão Europeia e pelo chefe da diplomacia europeia.

UE alerta para maior declínio na relação com Rússia
Notícias ao Minuto

13:37 - 16/06/21 por Lusa

Mundo União Europeia

"Face ao contexto político desafiante e à luz das escolhas estratégicas da Rússia, a União Europeia (UE) precisa de se preparar, enquanto perspetiva mais realista por enquanto, para um declínio maior nas suas relações com a Rússia", lê-se no documento hoje publicado.

Elaborada conjuntamente pelo alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, e a Comissão Europeia, a comunicação hoje adotada indica que a "história, a geografia e os povos ligam a UE e a Rússia".

"No entanto, uma parceria renovada que nos permita concretizar o potencial total de uma cooperação estreita parece ser uma perspetiva distante. (...) A nossa ambição deve ser a de explorar caminhos que ajudem a mudar gradualmente as dinâmicas atuais para uma relação mais previsível e estável", lê-se no documento.

Para tal, o executivo comunitário reitera a necessidade de adotar uma postura que conjugue simultaneamente a possibilidade de "colaborar, conter e empurrar para trás a Rússia", consoante o tema abordado.

No que se refere à colaboração, a Comissão indica que é preciso cooperação com a Rússia em "desafios cruciais", tais como a "saúde pública", as "alterações climáticas", ou os "irritantes económicos" que requerem maior "colaboração ao nível técnico".

"Há pessoas que duvidam da possibilidade de cooperar com a Rússia, e que pensam que essa colaboração deveria ser condicional", reconheceu Josep Borrell em conferência de imprensa para apresentar a comunicação.

No entanto, para o chefe da diplomacia europeia, é "preciso tentar ter contactos positivos com a Rússia" porque isso também permite "defender os interesses" da UE.

"Há temas em que é inevitável ter relações com a Rússia: como é que se pode imaginar resolver o problema do Ártico sem a Rússia? (...) Há temas que não dependem da nossa vontade, que são necessários e inevitáveis, tanto do ponto de vista da realidade, como institucional", frisou o responsável.

Apesar disso, a comunicação salienta que a UE deve "empurrar para trás a Rússia nas violações dos direitos humanos e defender os valores democráticos", acrescentando ainda que o "Governo russo tem de cumprir as suas obrigações e compromissos internacionais".

Na comunicação, o executivo comunitário apela ainda a que a UE se torne "mais robusta e resiliente" para "conter" as "tentativas da Rússia de minar os interesses" europeus.

"Temos de contrariar as ameaças e as ações malignas mais sistematicamente e de maneira conjunta. Os Estados-membros devem coordenar as suas respostas às ações da Rússia de maneira ainda mais proativa", lê-se no documento.

Entre os setores identificados para conseguir conter melhor Moscovo, o executivo comunitário sublinha a necessidade de se "desenvolverem mais as capacidades de cibersegurança e defesa", de maneira a fortalecer a resposta face às "ameaças híbridas" e a "proteger melhor as instituições, infraestruturas eleitorais e procedimentos democráticos da UE e dos Estados-membros".

"Iremos aumentar ainda mais as nossas ações para responder e parar com a manipulação de informação e com a desinformação, incluindo ao fortalecer o enquadramento regulatório das plataformas de redes sociais", destaca ainda o documento.

Frisando assim que as "escolhas políticas deliberadas e as ações agressivas do Governo russo nos últimos anos têm criado uma espiral negativa", o executivo comunitário refere que a "UE e os seus Estados-membros irão continuar a agir com consistência e unidade, defendendo os seus valores fundamentais, princípios e interesses".

"Esperamos que a liderança russa demonstre uma colaboração mais construtiva e um compromisso político e que pare as ações contra a UE e os seus Estados-membros. (...) Isto é indispensável para virar, nesta importante relação, a atual maré improdutiva e potencialmente perigosa", refere ainda o executivo comunitário.

A comunicação hoje apresentada foi feita a pedido dos chefes de Estado e de Governo da UE, que se reúnem numa cimeira do Conselho Europeu na próxima semana para discutirem, entre outros temas, as relações do bloco com a Rússia.

Será necessária a aprovação dos líderes dos 27 para que as medidas indicadas na comunicação hoje apresentada possam ser implementadas.

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