A polícia indonésia está a investigar a morte súbita de um responsável político que lutou contra uma polémica mina de ouro, após ter feito vários apelos para que fossem levadas a cabo investigações.
Helmud Hontong, vice-regente das ilhas remotas Sangihe da Indonésia, morreu durante um voo na última quarta-feira.
Vários grupos de direitos humanos dizem que sua morte se enquadra num padrão de violência usada contra pessoas que lutam pelos direitos ambientais. Mas a polícia diz que uma autópsia inicial aponta para uma morte natural.
O político de 58 anos parecia bem de saúde antes do voo para a ilha de Bali, mas 20 minutos depois começou a sentir-se zonzo, contou o assessor, que seguia também no avião. Em seguida "perdeu a consciência e sangue saiu-lhe da boca e nariz", acrescentou Hermen Kontu à Reuters.
O óbito foi declarado à chegada ao Aeroporto Internacional Sultan Hasanuddin, na cidade de Makassar. Apesar de as autoridades terem afirmado que a causa suspeita da morte foi uma doença crónica e insuficiência cardíaca, a polícia está a proceder a investigações adicionais.
Hontong foi um forte crítico do projeto de uma mina de ouro de 42 mil hectares na sua ilha. A PT Tambang Mas Sangihe recebeu a concessão da mina em janeiro, mas os oponentes do projeto afirmam que ameaça as florestas da ilha, os pássaros e o abastecimento de água aos ilhéus. A 28 de abril, Hontong escreveu ao ministério responsável a pedir às autoridades que revogassem a licença por questões ambientais.
A comissão de direitos humanos da Indonésia disse ter pedido à polícia para investigar o caso depois de queixas dos ilhéus de Sangihe, a maioria agricultores e pescadores. Para a Amnistia Internacional a morte do político enquadra-se num padrão de violência e ameaças contra quem luta por questões ambientais e de direitos à terra.
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