Sánchez minimiza custo político de indultos a catalães presos
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, minimizou hoje a importância do "custo" político para o executivo que lidera de um futuro eventual indulto dos líderes independentistas catalães e defendeu a abertura de "uma nova etapa".
© Dimitrios Karvountzis/Pacific Press/LightRocket via Getty Images
Mundo Espanha
"Acredito que ajudar a resolver problemas não representa um custo", insistiu Sánchez, que não acredita que deixar as "coisas enquistadas" serve os interesses da Catalunha ou de Espanha.
Pedro Sánchez esclareceu que a possível decisão de indultar os políticos catalães presos será tomada pelo Governo "em consciência" e não a pensar nos efeitos negativos que possa ter, mas sim "nos milhões de catalães que querem viver em paz e que querem superar a lágrima emocional" que significou a tentativa falhada de independência de 2017.
O atual executivo minoritário de esquerda tem conseguido manter-se no poder, nomeadamente com a ajuda dos partidos independentistas catalães, assim como de formações separatistas ou nacionalistas do País Basco, e uma eventual decisão de conceder indultos é vista, principalmente pela direita, como a moeda de troca que garante a continuação desse apoio.
Para o presidente do executivo espanhol, a decisão sobre os indultos permitirá passar "de um passado mau para um futuro melhor", o que, na sua opinião, tem de ser escrito com palavras como "harmonia" e "coesão".
Sánchez reconheceu que não pode adiantar uma data sobre essa decisão, porque o Ministério da Justiça deve primeiro estudar os pareceres de todas as partes e depois redigir não um expediente, mas sim 11, um por cada um dos líderes independentistas condenados.
Os políticos catalães que organizaram um referendo ilegal sobre a autodeterminação da região foram julgados em 2019 e estão a cumprir penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, por crimes de sedição e/ou má gestão de fundos públicos.
Um grupo de independentistas está fugido no estrangeiro, não tendo ainda sido julgado, entre eles o ex-presidente do executivo catalão Carles Puigdemont, que está na Bélgica, e foi eleito deputado do Parlamento Europeu.
O Supremo Tribunal espanhol, que condenou os líderes pró-independência em outubro de 2019, manifestou-se na semana passada que se opunha a "qualquer perdão parcial ou total" num parecer que não é vinculativo para o executivo.
A mais alta instituição judicial espanhola destacou, entre outras coisas, a falta de "provas ou indicações de arrependimento" por parte dos antigos dirigentes do governo regional ou líderes de organizações pró-independência da Catalunha.
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