Bielorrússia: Condenado a 18 anos de prisão por colaborar com oposição
O Supremo Tribunal da Bielorrússia condenou hoje a 18 anos de prisão um oficial do Exército da antiga república soviética por ter colaborado com a oposição durante os protestos contra o regime autoritário do Presidente Alexander Lukashenko.
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Mundo Bielorrússia
Segundo o portal independente Tut.by, o capitão Denis Urad foi acusado de tirar uma fotografia de uma carta secreta do ministro do Interior dirigida ao homólogo da Defesa, cujo teor dava conta do plano para a utilização de soldados do exército bielorrusso na repressão às manifestações da oposição.
Urad, que várias organizações de direitos humanos consideram como "preso político, terá enviado a fotografia à oposição através da rede social polaca Telegram.
A mensagem incluía os planos das forças de segurança para as celebrações do 25 de março, o Dia da Liberdade, efeméride em que comemora o aniversário da proclamação, em 1918, da República Popular da Bielorrússia, dia em que foi detida mais de uma centena de opositores.
O "delito" ocorreu quando Urad estava de serviço no Departamento Especial de Comunicação do Estado-Maior do Exército bielorrusso, a 14 de março deste ano.
O Ministério Público acusou-o de colocar em risco a segurança nacional, pelo que o capitão foi condenado por traição e privado de todas as suas patentes militares.
O julgamento decorreu à porta fechada e, por se tratar de um militar, a decisão é definitiva, não havendo possibilidade de recurso para outras instâncias.
Desde a eclosão de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020, a oposição fez várias ofertas de diálogo ao regime de Lukashenko, no poder desde 1994.
O regime do Presidente bielorrusso respondeu e incluiu a líder da oposição no exílio, Svetlana Tikhanovskaia, e outro proeminente opositor, o ex-ministro da Cultura Pavel Latushko, na lista de terroristas da KGB.
Por outro lado, na quinta-feira, a justiça bielorrussa acusou formalmente a dirigente da oposição Maria Kolesnikova de conspirar para tomar o poder, promover ações contra a segurança nacional e criar e liderar um grupo extremista, pelo qual poderá ser condenada a 12 anos de prisão.
No início deste mês, a justiça local condenou também quatro advogados de Tikhanovskaia a penas de prisão entre os seis e os seis anos e meio por terem participado em distúrbios em massa e por planearem confiscar prédios do governo antes das eleições presidenciais em que Lukashenko foi reeleito, numa votação que foi considerada fraudulenta e que nem a oposição nem o ocidente a reconheceu como livre e justa.
Recentemente, Lukashenko acusou os Estados Unidos de estarem a preparar um golpe de Estado na ex-república soviética, que incluiria o seu próprio assassínio e o dos seus filhos, o que foi corroborado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
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