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Presidente israelita convida líder da oposição para formar Governo

O Presidente de Israel, Reuven Rivlin, convidou hoje o líder da oposição israelita, Yair Lapid (centrista), para tentar formar um novo Governo, após o primeiro-ministro cessante, Benjamin Netanyahu, ter visto fracassados os seus esforços nesse sentido.

Presidente israelita convida líder da oposição para formar Governo
Notícias ao Minuto

18:58 - 05/05/21 por Lusa

Mundo Reuven Rivlin

"Falei com Yair Lapid e disse-lhe que lhe dava o mandato para formar o Governo", afirmou Rivlin numa mensagem oficial ao país a partir da presidência israelita, em Jerusalém, depois de ter consultado os partidos, ao longo do dia, e de o líder da oposição ter sido o candidato com mais recomendações de deputados (56) do bloco heterogéneo de formações anti-Netanyahu.

Lapid, do partido Yesh Atid (Há um Futuro), segunda força no parlamento, com 17 deputados, terá agora 28 dias para tentar obter o apoio de pelo menos 61 dos 120 parlamentares, o necessário para formar um executivo que tire Israel do longo impasse político e evite uma quinta eleição em apenas dois anos e meio. 

Hoje de manhã, Rivlin recebeu Lapid, bem como Naftali Bennett, líder da extrema-direita Yamina, a quem pediu para formarem um Governo, tendo, paralelamente, pedido aos dois partidos que apresentassem candidatos potenciais. 

"A partir das recomendações recebidas, ficou claro que o membro do parlamento Lapid tinha melhores hipóteses para formar um Governo", sublinhou Rivlin.

Lapid vai tentar formar um "governo de unidade nacional", reunindo a direita, o centro e a esquerda, e substituir Netanyahu, atualmente a ser julgado por corrupção.

O prazo para Netanyahu formar Governo terminou na terça-feira.

"Pouco antes da meia-noite, o primeiro-ministro Netanyahu informou a presidência de que não era capaz de formar um Governo", indicou o gabinete de Rivlin, através de um breve comunicado, citado pela AFP.

O primeiro-ministro israelita, que enfrenta um julgamento por corrupção, tinha até às 23:59 locais (21:59 em Lisboa) de terça-feira para reunir todas as forças da direita do país ou chegar a acordo com islamitas para formar o próximo Governo.

O Likud (direita), de Netanyahu, foi o partido mais votado nas eleições legislativas de março, com 30 deputados, e o Presidente encarregou o primeiro-ministro cessante de formar o próximo Governo.

Para o conseguir, Netanyahu devia reunir uma maioria de 61 deputados dos 120 do Knesset (parlamento).

Como o apoio dos seus aliados tradicionais, os ultraortodoxos, não era suficiente, o primeiro-ministro multiplicou os contactos nas últimas semanas para atingir aquele limiar, cortejando a formação da direita radical Yamina (sete deputados), de Naftali Bennett, e a coligação de extrema-direita Sionismo Religioso (seis parlamentares), de Bezabel Smotrich.

Netanyahu chegou a propor a Bennett, seu ex-ministro da Defesa e ardente defensor do desenvolvimento dos colonatos, que assumisse primeiro as funções de chefe de Governo no âmbito de um eventual acordo de rotação no poder.

Mas Bennett recusou, lembrando ao primeiro-ministro que precisa de mais apoios.

Juntando os partidos ultraortodoxos, as formações Yamina e Sionismo Religioso, Netanyahu conseguia 59 deputados, ainda abaixo da maioria.

Esta poderia ser obtida se conseguisse convencer o rebelde Gideon Saar, ex-Likud, que se lhe opõe ferozmente e cuja formação, a Nova Esperança, elegeu seis deputados, ou Mansour Abbas, líder do partido islâmico Raam, que conseguiu quatro.

Mansour não recusou apoiar um Governo de Netanyahu, mesmo sem dele fazer parte, mas, neste caso, seria a extrema-direita que não aceitaria participar num executivo apoiado pelos islâmicos.

Leia Também: Netanyahu informa presidência de que não consegue formar governo

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