Irão ordena investigação após fuga de áudio de ministro
O Presidente iraniano, Hassan Rohani, ordenou uma investigação após a fuga de uma gravação de áudio contendo declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão a criticar o papel do general Qassem Soleimani na política externa do país.
© Reuters
Mundo Polémica
"Nós acreditamos que esse roubo de dados é uma conspiração contra o Governo, o sistema, a integridade das instituições nacionais e também contra nossos interesses nacionais", disse hoje o porta-voz do Governo, Ali Rabii, aos jornalistas.
"O Presidente mandou que o Ministério dos Serviços de Informação identificasse os agentes dessa conspiração", declarou, dizendo ainda que o registo da entrevista foi "roubado por motivos óbvios", sem dar maiores detalhes.
Meios de comunicação estrangeiros, incluindo o New York Times, publicaram nos últimos dias trechos de uma alegada gravação de uma conversa do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, sem especificar como obtiveram o áudio.
Segundo um excerto publicado pelo diário norte-americano, o ministro disse: "Na República Islâmica, o campo militar reina. Sacrifiquei a diplomacia em (benefício) do campo militar", no entanto, o "campo militar" deveria estar "ao serviço da diplomacia".
Zarif não comentou a polémica, mas divulgou hoje um breve áudio na rede social Instagram.
"Eu acredito que vocês não deveriam estar a trabalhar para a história (...). Eu digo que não se preocupem tanto com a história, mas preocupem-se com Deus e as pessoas".
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Khatibzadeh, na segunda-feira, não negou a autenticidade da gravação, mas disse foi tirada de uma entrevista de sete horas que incluía "opiniões pessoais".
Os comentários provocaram fortes críticas dos meios de comunicação e de políticos conservadores, sendo o caso do general Soleimani um assunto delicado no país.
Apelidado de "o homem do campo de batalha", Qassem Soleimani foi morto durante um ataque de 'drones' norte-americanos, em Bagdade, em janeiro de 2020.
Soleimani era o chefe da Força Quds, encarregado das operações externas da Guarda Revolucionária, braço ideológico do exército islâmico República do Irão.
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