Ministros da UE e da Ucrânia debateram "formas de melhorar" relação
Os chefes das diplomacias da União Europeia (UE) analisaram hoje com o seu homólogo ucraniano "formas de melhorar" e "incrementar" a cooperação entre Bruxelas e Kiev, relatou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.
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Mundo Ucrânia
"Entre as várias questões que considerámos na nossa reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, para além da expressão de solidariedade com a Ucrânia, e da defesa da soberania e da integridade territorial deste país, estiveram em análise formas de melhorar, de incrementar a nossa relação cooperação com a Ucrânia", disse Augusto Santos Silva.
O ministro dos Negócios Estrangeiros falava em conferência de imprensa à saída da reunião dos chefes da diplomacia da UE, que teve lugar por videoconferência.
A reunião foi presidida, a partir de Bruxelas, pelo alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, e contou também com a participação do ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
Segundo Santos Silva, o reforço da cooperação entre os dois parceiros serviria para "evitar uma escalada da conflitualidade nessa região europeia, para evitar também uma escalada de confrontações com a Federação russa e para analisar formas de expressão concreta" da solidariedade da UE com a Ucrânia.
Noutra conferência de imprensa, Josep Borrell também referiu que, durante as conversas com Kuleba, foram abordadas a "necessidade" de a Ucrânia "acelerar o progresso substancial nas reformas".
No entanto, o chefe da diplomacia europeia referiu que a "mensagem mais importante" do encontro entre os responsáveis foi o "apoio forte" transmitido à Ucrânia e a "preocupação" da UE relativa ao reforço do contingente militar russo na fronteira ucraniana e na península da Crimeia.
"A situação na fronteira ucraniana é muito, muito preocupante: (...) há mais de 150 mil tropas russas a juntar-se na fronteira ucraniana e na Crimeia. O risco de uma escalada [nas tensões] é evidente", sublinhou Borrell.
Nesse âmbito, o alto representante disse que é "necessário elogiar" a Ucrânia pela sua "resposta comedida" aos acontecimentos, instando, pelo contrário, a Rússia a "desanuviar as tensões".
"A mensagem de todos os ministros foi muito, muito clara: a reiteração completa de um apoio forte à soberania e à integridade territorial da Ucrânia e, mais uma vez, o não reconhecimento da anexação ilegal da Crimeia", referiu Borrell.
Nas últimas semanas, as tensões aumentaram entre a Ucrânia e a Rússia, que destacou dezenas de milhares de soldados para perto da fronteira, aumentando o receio de uma operação militar em grande escala.
O Kremlin argumenta que a Rússia tem todo o direito de deslocar tropas para qualquer zona do seu território, e tem acusado repetidamente os militares ucranianos de "ações provocatórias" ao longo da linha de controlo no leste e planos para retomar pela força as regiões controladas pelos rebeldes pró-russos.
O confronto armado entre as forças ucranianas e rebeldes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia já custou a vida de cerca de 14.000 pessoas, em sete anos, de acordo com a ONU.
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