Egito anuncia novo falhanço em conversações sobre megabarragem etíope
O Egito anunciou hoje que a mais recente ronda de conversações sobre uma megabarragem na Etiópia sobre o rio Nilo Azul falhou, depois de Adis Abeba ter rejeitado uma proposta sudanesa para a inclusão de mediadores internacionais.
© Reprodução / Voa Afrique
Mundo Egito
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ahmed Hafez, afirmou que a Etiópia rejeitou que Estados Unidos da América, União Africana (UA) e União Europeia (UE) desempenhassem um papel na supervisão das negociações, noticia a agência Associated Press.
Hafez acrescentou que a Etiópia rejeitou também uma proposta egípcia para retomar as conversações com a UA a servir de mediador, à semelhança do que aconteceu em negociações anteriores.
A AP acrescenta que os responsáveis etíopes não responderam a pedidos de esclarecimento sobre este tema.
As mais recentes conversações concluíram-se hoje em Kinshasa, República Democrática do Congo (RDCongo), sem que se tivesse chegado a um acordo.
O chefe de Estado da RDCongo, Félix Tshisekedi, que detém a presidência rotativa da UA, afirmou que "o rio Nilo deve continuar a ser uma fonte fértil de vida e prosperidade partilhada".
A construção da Grande Barragem do Renascimento Etíope, a maior barragem hidroelétrica de África, sobre o Nilo Azul, um rio que conflui com Nilo Branco e com o rio Atbara e origina o rio Nilo, tem instigado tensões graves entre Etiópia, Sudão e Egito.
Sudão e Egito temem que a construção do projeto, avaliado em mais de 4 mil milhões de dólares (mais de 3,5 mil milhões de euros) e que vai permitir à Etiópia gerar 6.000 megawatts de eletricidade, coloque o caudal do rio Nilo sob o controlo da administração etíope.
Os dois países pretendem um acordo com validade legal que assegure o enchimento e funcionamento da barragem de forma a não serem lesados, enquanto a Etiópia insiste em diretrizes.
Com cerca de 6.000 quilómetros, o rio Nilo é uma fonte vital para o abastecimento de água e eletricidade para cerca de 10 países da África Oriental.
No dia 06 de março, o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, criticou a intenção da Etiópia em prosseguir com a segunda fase de enchimento da barragem.
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