EUA retiram pessoal diplomático não essencial de Myanmar
Os Estados Unidos deram hoje instruções a pessoal diplomático não essencial para abandonar Myanmar, onde manifestantes contra o golpe militar que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi têm sido violentamente reprimidos.
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Mundo Golpe de Estado
Em comunicado, o Departamento de Estado norte-americano informou que está agora a ordenar a saída de funcionários do Governo e suas famílias, depois de anteriormente ter "autorizado a saída voluntária", na sequência do golpe de fevereiro.
A situação vivida em Myanmar (antiga Birmânia) tem suscitado a condenação da comunidade internacional e desencadeado sanções visando a junta militar birmanesa, nomeadamente pelos Estados Unidos, Reino Unido (antiga potência colonial) e a União Europeia (UE).
Na segunda-feira, a administração norte-americana liderada pelo Presidente Joe Biden anunciou novas sanções visando Myanmar, com a suspensão imediata de um acordo comercial (datado de 2013) até ao regresso de um governo "democraticamente eleito" naquele país.
O Conselho de Segurança da ONU discutirá na quarta-feira a crise político-militar em Myanmar, à porta fechada, depois de ouvirem um 'briefing' sobre a situação, pela enviada especial da ONU, Christine Burgener.
Para já, ainda não há certeza de que o Conselho de Segurança das Nações Unidas possa chegar a um acordo sobre uma nova declaração, no final da reunião, sendo para tal necessária unanimidade dos membros, incluindo a China e a Rússia, apesar de o Kremlin ter desaprovado, segunda-feira, a repressão sangrenta contra as manifestações pró-democracia em Myanmar, revelando-se preocupado com o crescente número de mortes de civis.
A 10 deste mês, o Conselho de Segurança condenou "fortemente a violência contra manifestantes pacíficos, incluindo mulheres, jovens e crianças", numa declaração suscitada pelo Reino Unido, que condenou a junta militar de Myanmar, que derrubou o regime democraticamente eleito da líder birmanesa Aung San Suu Kyi.
Apesar das tentativas dos países ocidentais, o Conselho recusou nessa altura fazer qualquer menção à possibilidade de sanções internacionais, caso a repressão continuasse, devido à oposição da China e da Rússia, bem como de outros países asiáticos com assento na organização, como a Índia e o Vietname.
A junta militar tem reprimido de forma violenta as manifestações diárias que pedem o regresso da democracia e a libertação de antigos líderes, com a ONU a estimar que, só no passado sábado, a repressão provocou 107 mortes, incluindo sete crianças, enquanto a imprensa local fala de 114 vítimas mortais, naquele que terá sido o mais sangrento fim de semana desde o início da crise.
Pelo menos 459 pessoas já morreram desde o golpe, que os militares justificam alegando fraude eleitoral cometida nas eleições legislativas de novembro passado, nas quais a Liga Nacional para a Democracia, partido de Suu Kyi, venceu por esmagadora maioria.
Hoje, três dos principais grupos étnicos armados em Myanmar fizeram um ultimato à junta militar, ameaçando anular o acordo de cessar-fogo se as mortes de manifestantes continuarem no país.
Os exércitos Arakan (AA), de Libertação Nacional de Taang e da Aliança Democrática Nacional de Mtanmar, que assinaram uma declaração conjunta, alertaram que, se o exército birmanês não parar com as ações violentas e não atender às demandas da população, os grupos étnicos colaborarão com os dissidentes nos protestos da chamada "Revolução da Primavera".
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