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Myanmar: Quase 100 mortos em dois dias

A junta militar em Myanmar (antiga Birmânia) intensificou a repressão contra os manifestantes que rejeitaram o golpe de 01 de fevereiro e as forças de segurança mataram pelo menos 94 civis nos últimos dois dias, segundo uma associação do país

Myanmar: Quase 100 mortos em dois dias
Notícias ao Minuto

06:05 - 16/03/21 por Lusa

Mundo Golpe

A Associação para a Assistência aos Presos Políticos (AAPP) confirmou hoje que na segunda-feira as autoridades voltaram a disparar munições contra manifestantes em várias cidades do país, deixando pelo menos 20 mortos e mais de 50 feridos.

No dia anterior, pelo menos 74 pessoas, incluindo uma menina de 15 anos e três outros menores, foram mortos durante o dia mais sangrento de ação brutal das forças de segurança.

A associação coloca o número total de pessoas mortas desde o golpe em 183 como resultado da violência das autoridades e acusa a polícia e os militares de reprimir brutalmente as manifestações pacíficas, bem como de vandalizar e pilhar a propriedade privada.

A junta militar anunciou no dia anterior a imposição da lei marcial em quatro distritos de Rangum, a antiga capital e a cidade mais populosa, para além da medida de emergência anunciada no domingo em dois outros distritos da cidade.

O Secretário-Geral da ONU António Guterres disse na segunda-feira que estava "chocado" com a violenta repressão dos protestos levados a cabo pelo exército e exortou a comunidade internacional a agir para o impedir.

"Os assassinatos de manifestantes, detenções arbitrárias e relatos de tortura de prisioneiros violam os direitos humanos fundamentais e desafiam claramente os apelos do Conselho de Segurança à contenção, ao diálogo e ao regresso a um caminho democrático na Birmânia", disse Guterres através do seu porta-voz, Stephane Dujarric.

Os protestos na Birmânia rejeitam o poder da Junta Militar e exigem o "regresso da democracia" assim como o respeito pelos resultados das eleições de novembro assim como a libertação de todos os presos pelos militares, entre eles a líder "de facto" do governo, Aung San Suu Kyi.

O tribunal que julga a deposta líder adiou hoje, por problemas técnicos relacionados com as ligações de vídeo conferência, e depois dos cortes de internet decretados pela Junta Militar.

De acordo com os advogados de Aung San Suu Kyi a terceira sessão do julgamento foi adiada para o dia 24 de março.

O adiamento coincide com as restrições técnicas ao acesso à internet impostas no domingo à noite e que incluem o acesso à rede através dos telemóveis, à escala nacional.

Desde que foi detida no dia 01 de fevereiro durante o golpe de Estado militar, Suu Kyi, 75 anos, está praticamente isolada.

A líder é acusada de quatro delitos, entre os quais o de suborno por aceitar aparelhos telefónicos e pode ser condenada a 15 anos de prisão.

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