Uma obra de Banksy original foi queimada num vídeo que foi transmitido ao vivo e depois vendida em versão de token não fungível (NFT). Confuso? Já explicamos.
A gravura 'Morons', representada e destruída nas imagens, é, por si, só uma crítica ao mercado da arte, representando um leiloeiro da Christies.
No vídeo transmitido na conta BurntBanksy pode ver-se um homem de máscara a pegar fogo à obra de arte com um isqueiro.
"Vou queimar esse Banksy. Se tivéssemos o token e a peça física, o valor estaria principalmente na peça física. Ao remover a obra física e ter apenas o NFT, isso garantirá que ninguém poderá alterar a peça e é a verdadeira que existe no mundo", disse durante o vídeo.
O trabalho do artista, até agora anónimo, foi depois vendido através de um token não fungível por 380 mil dólares (319 mil euros). O que significa isso? A obra passa a ficar disponível de forma digital num tipo especial de token criptográfico que representa algo único e cuja propriedade é registada numa blockchain. Ao contrário das criptomoedas, como a bitcoin, este tipo de token não é intercambiável, o que o torna único, como uma espécie de objeto de colecionador.
'Morons'
A impressão original da peça de 2006 tem representado um leiloeiro da Christie a apontar para quadros emoldurados durante um leilão. Ao pé dele aparece uma imagem, também numa moldura, na qual se pode ler: “I can’t believe you morons actually buy this." ("Seus idiotas, não acredito que comprem mesmo isto", em tradução livre).
A obra foi comprada por 95 mil dólares pela Injective Protocole, uma empresa de Blockchain, encarregue pela façanha que explicou que o objetivo era "inspirar" entusiastas da tecnologia e artistas. “Queremos explorar um novo meio de expressão artística”, acrescentaram.
Pode ver o vídeo na galeria acima.
Leia Também: Banksy vai leiloar obra para doar dinheiro ao sistema de saúde britânico